Mercenários da Blackwater Já Operam No Brasil
do Opinião & Cia
O General-de-Brigada Durval Antunes de Andrade Nery, Coordenador de
Estudos e Pesquisas do Cebres (Centro Brasileiro de Estudos
Estratégicos), denuncia em entrevista publicada no O Dia, que a
recriação da IV Frota da Marinha dos EUA tem como objetivo uma futura
intervenção militar nas jazidas de petróleo de pré-sal, recém
descobertas pela Petrobrás no litoral brasileiro.
Além
disso, o General relata a existência de mercenários da Blackwater em
plataformas de petróleo administradas pela Halliburton e pertencentes à
família Bush situadas na plataforma continental brasileira, devidamente
licitadas pela ANP. A relação entre a Halliburton e a Blackwater é bem
conhecida no mundo e seu histórico de ilegalidades e arbitrariedades
está bem documentado no Google:
•Halliburton's Hidden Treuhand
•The few, the proud, the Blackwater
•Role of security companies likely to become more visible
•Waxman on warpath over Blackwater payments
Dick
Cheney, atual Vice-Presidente dos EUA, era o Presidente da Halliburton
antes de assumir a vice-presidência. A Halliburton possui escritórios no
Rio de Janeiro e Macaé (RJ) e em Salvador (BA).
Segundo
o relato de um Coronel de Exército Comandante de Batalhão na Amazônia,
mercenários também já ocupam reservas indígenas contando com bases
fluviais bem equipadas e fortemente armados, onde militares brasileiros
so podem entrar com autorização judicial. Conforme já prevíamos no
artigo anterior sobre a Blackwater, o futuro já chegou: mercenários já
ocupam bases na Amazônia brasileira!!
Transcrevemos,
a seguir, a matéria publicada no O Dia (bem escondida, por sinal). Este
blog tentará contato com o General Durval para tentar colher maiores
detalhes e informações sobre a denúncia.
16/08/2008 20:24:00
Essa IV frota é amiga?
Coordenador
do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos, general vê com
preocupação a reativação da esquadra dos EUA encarregada de proteger o
comércio nos mares do sul e critica a presença de “mercenários” em
plataformas do nosso litoral
Rio - Para a
maioria dos militares brasileiros, não há como desassociar a recriação
da IV Frota dos Estados Unidos da descoberta de imensa jazida de
petróleo no nosso litoral. Entre esses militares, está o general de
brigada da reserva Durval Antunes de Andrade Nery, coordenador de
estudos e pesquisas do Cebres (Centro Brasileiro de Estudos
Estratégicos), que reúne entre seus pesquisadores diplomados pela Escola
Superior de Guerra. Abaixo os principais trechos da conversa dele com O
DIA.
IV Quarta Frota
“A
decisão dos Estados Unidos de recriar a IV Frota foi apresentada como
destinada a proteger o livre fluxo do comércio nos mares da região. Ora,
se alguém tem condições de proteger, tem condições de impedir esse
fluxo comercial. Pergunto: Por que proteger o comércio de uma área que
não vive situação de guerra? E isso quando o Brasil dá notícia da
extensão das jazidas do pré-sal como uma das maiores de todo o mundo”.
Grupo Halliburton dos EUA
“Esta
empresa está envolvida com o apoio logístico em todo o mundo no que diz
respeito ao petróleo, principalmente no Iraque. A Halliburton é uma
empresa que hoje, no Brasil, mantém um de seus (ex-) diretores como
diretor da ANP (Nelson Narciso Filho, indicado pelo presidente Lula e
aprovado em sabatina no Senado). Esse homem tem acesso a dados secretos
das jazidas de petróleo no Brasil”.
Bush e o pré-sal
“Logo
depois que o mundo tomou conhecimento da existência das reservas do
pré-sal, o presidente (George W.) Bush disse na imprensa: ‘Não reconheço
a soberania brasileira sobre as 200 milhas’. O pré-sal ultrapassa as
200 milhas. Tudo que existe ali para exploração econômica é do País,
isso segundo a ONU. Por que o presidente norte-americano recria a IV
Frota logo após não reconhecer nossa soberania?”
O comando da IV Frota
“Poderíamos
imaginar que a IV Frota vai ter missão humanitária, mesmo custando uma
fortuna manter porta-aviões nucleares com 50, 60 e 100 aviões navegando
permanentemente nos mares do sul. Mas, por que nomear para o comando o
contra-almirante Joseph Kernan, especializado em táticas de guerra
submersa e no treinamento de homens-rãs? Um homem que com seus
sabotadores deu um banho nas guerras do Afeganistão e do Iraque está à
frente da IV Frota para proteger?”
Blackwater no Brasil
“(Após
a eleição de Bush), a Hallibourton, contratada pelo governo dos EUA
para planejar a redução das despesas do país com as Forças Armadas,
criou uma empresa chamada Blackwater — firma de mercenários, com
contrato de seis bilhões de dólares e que, só no Iraque, tem 128 mil
homens. Eles fazem segurança e matam. Pergunto: Quem está fazendo a
segurança das 15 plataformas que a família Bush tem no Brasil, todas
vendidas (em licitação) pela ANP? Ainda faço um desafio: vamos pegar um
barco e tentar subir numa plataforma. Garanto que vamos encontrar os
homens da Hallibourton armados até os dentes e que não vão deixar a
gente subir”.
Estranho na selva
“Coronel
que até o ano passado comandava batalhão na região da (reserva
indígena) Yanomami contou que estava fazendo patrulha em um barco
inflável com quatro homens em um igarapé quando avistou um sujeito
armado com fuzil. Um tenente disse: ‘Tem mais um cara ali’. Eram cinco
homens armados. O tenente advertiu: ‘Coronel, é uma emboscada. Vamos
retrair.’ Retraíram. Perguntei: ‘O que você fez?’ Ele disse: ‘General,
tive que ir ao distrito, pedir à juíza autorização para ir lá.’ Falei:
‘Meu caro, você, comandante de um batalhão no meio da Amazônia, perto da
fronteira, responsável por nossa segurança, só pode entrar na área se a
juíza autorizar? Ele respondeu: ‘É. Foi isso que o governo passado
(Fernando Henrique) deixou para nós. Não podemos fazer nada em área
indígena sem autorização da Justiça”.
15 homens e 10 lanchas
“O
coronel contou que pegou a autorização e voltou. Levou três horas para
chegar ao igarapé, onde não tinha mais ninguém. Continuou em direção à
fronteira. De repente, encontrou ancoradouro, com um cara loiro, de
olhos azuis, fuzil nas costas, o esperando. Olhou para o lado: 10
lanchas e quatro aviões-anfíbio, no meio na selva. ‘Na sua área?’,
perguntei. ‘É’, respondeu. Ele contou que abordou o homem: ‘Quem é
você?”. Como resposta ouviu: ‘Sou oficial forças especiais dos Estados
Unidos da América do Norte’. O coronel insistiu: ‘Que faz aqui’. E o
cara disse que fazia segurança para uma pousada. Ele perguntou qual
pousada? Ouviu: ‘Pertencente a um cidadão americano’. Quinze homens
estavam lá, armados. Hallibourton? Blackwater?”
Crise do Petróleo
“Temos
(no pré-sal), talvez, a maior jazida de petróleo do mundo. Será que
países desenvolvidos vão se aquietar sabendo que o futuro deles depende
do petróleo? Os Estados Unidos tem petróleo só para os próximos cinco
anos. Tanto é que o país não consome o dele, porque suas reservas são
baixas. Passa a pegar o que existe no mundo. Foi assim no Irã, em 1953,
quando derrubaram o (primeiro-ministro Mohamed) Mossadegh. Os aiatolás
pegaram de volta e agora querem outra vez atacar o Irã. No Afeganistão,
deu no que deu. No Iraque, tomaram o petróleo de lá. Agora vem o
petróleo do Mar Cáspio e a Georgia (em guerra com a Rússia por
território onde passam gasodutos). E no Brasil, como será? Essa (IV)
Frota é só amiga? Está aqui só para proteger?”.
Fonte: Blog Projeto S.I.L.I. (Search for Intelligent Life in Internet (Busca por Vida Inteligente na Internet)
*GilsonSampaio
Nenhum comentário:
Postar um comentário