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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, agosto 27, 2012

Prosperidade reduzirá apego dos brasileiros à religião, diz Shermer


Embora o Brasil seja marcado por uma forte religiosidade, aqui ocorrerá o que já houve em outros países: a prosperidade social reduzirá o apego da população às religiões.

A afirmação é do psicólogo e escritor americano Michael Shermer, diretor da Sociedade Cética e criador da revista Skeptic.

Ele veio ao Brasil para lançar o seu livro “Cérebro e Crença” (JSN, R$ 58) e dar palestra sobre a importância do ceticismo para o avanço da humanidade. Hoje ele está em Porto Alegre e na quarta-feira (29) estará em São Paulo.

No seu entendimento, um dos motivos de a religião estar ainda em crescimento no Brasil e em outros países da América do Sul é o “baixo nível de confiança entre as pessoas” e em relação aos políticos e aos responsáveis pelo desenvolvimento da economia do país.

"As pessoas se voltam para a religião quando seus governos não fornecem uma estrutura social sólida", disse.

Shermer já esteve do “outro lado”: foi um pregador evangélico, daqueles que batem de porta em porta aos domingos. Ele começou a ser libertar da crença religiosa quando ingressou na faculdade de psicologia e hoje é um “pregador” do ceticismo e da ciência.

Shermer reconheceu que os religiosos têm feito coisas que os cientistas não fazem, como cozinhar sopa e cuidar das pessoas pobres. Em contrapartida, os cientistas fazem experimentos e colhem dados para testar hipóteses sobre o mundo, contribuindo para o avanço da humanidade por intermédio do conhecimento.

“A ciência é um método para responder perguntas sobre o mundo natural com explicações naturais, não sobrenaturais”, disse. “É um método que pode ser empregado em qualquer lugar, por qualquer pessoa, a qualquer momento.”

Michael Shermer
"Os céticos acreditam que
a mente humana é capaz
de melhorar nossa vida"
Ele afirmou que as “verdades” da ciência são sempre provisórias, porque novas evidências podem a qualquer momento derrubar as antigas.

Disse que os cientistas são céticos porque “a maioria das ideias acaba se revelando falsa”.

“Os céticos acreditam que a mente humana é capaz de resolver problemas e melhorar nossas vidas através da razão”, disse.

Com informação do portal Terra.
Se dependesse só da crença, não haveria civilização, diz psicólogo.
agosto de 2012

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz24mmjpaLH
*Paulopes

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