Moradores de rua de SP pedem políticas sociais de apoio
Moradores de rua da capital paulista passaram a madrugada desta segunda-feira reunidos na Praça da Sé, no centro da cidade, para reivindicar políticas sociais de apoio à população em situação de rua.
A manifestação começou na noite de domingo e terminou na manhã desta segunda. A organização informa que 36 barracas foram montadas para abrigar três pessoas em cada, totalizando pouco mais de 100 manifestantes.
A mobilização faz parte do dia nacional de luta dessa população. O 19 de agosto faz referência ao Massacre da Sé, nome pelo qual ficou conhecido o episódio em que sete pessoas que dormiam na praça foram mortas nesse dia em 2004. Até hoje, nenhum dos suspeitos foi preso. A data também será lembrada em Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador, Curitiba e Vitória.
Levantamento da prefeitura informa que 14,5 mil pessoas vivem nas ruas de São Paulo. O documento mostra que 47% dessas pessoas estão nas ruas e 53% em abrigos.
Kátia Lúcia dos Santos, de 33 anos, vive há 8 anos na praça da Sé e relata dificuldades para conseguir sobreviver. “Sai de casa porque briguei com meus pais. Os primeiros dias foram muito difíceis, mas nunca pensei em voltar”, disse a moradora. Ela diz que faltam oportunidades que a possibilitem sair dessa situação. “Quando a gente procura trabalho, precisa ter residência fixa”, exemplifica.
O padre Júlio Lancellotti, membro da Pastoral de Rua da Arquidiocese de São Paulo, avalia que são necessárias ações em diversas áreas e não só de assistência social para atendimento a esse público.
- Não podemos ter respostas que sejam sempre as mesmas, por exemplo, o albergue. Essas pessoas não podem ser atendidas por compartimentos. Os atendimentos precisam estar integrados -, defende. Dentre as áreas que precisariam ser contempladas, estão: saúde, educação, moradia e trabalho.
*CorreiodoBrasil
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