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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, novembro 07, 2012


Assange diz que Obama é "lobo em pele de cordeiro"

 

Sobre sua saída da Embaixada do Equador em Londres, o jornalista afirmou que "não houve avanços"

Um dia depois das eleições nos Estados Unidos, o fundador do Wikileaks, Julian Assange, afirmou nesta quarta-feira (07/11) que o presidente norte-americano, Barack Obama, é “lobo em pele de cordeiro”.

Reprodução


O jornalista segue sem poder deixar a Embaixada do Equador em Londres


"Obama parece ser um bom homem e esse é exatamente o problema. É melhor ter uma ovelha em pele de lobo do que um lobo em pele de cordeiro”, disse Assange em entrevista por telefone à
AFP.
O jornalista também criticou o Partido Republicano por permitir “excessos” da parte do governo norte-americano. "Não há razões para pensar que isso vai mudar. De fato, os republicanos vão pressionar esta administração a excessos ainda maiores."

O fundador do Wikileaks também lembrou que todas as decisões contrárias à sua organização ocorreram sob o governo de Obama. Em setembro, Assange e o Wikileaks foram considerados
“inimigos do Estado” norte-americano.

Em relação à sua permanência na Embaixada do Equador em Londres, Assange disse que “não houve progressos formais nas últimas semanas”.

*OperaMundi

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