Policiais vandalizam contra protesto pacífico em São Paulo
Brasil de Fato
Pela redução das tarifas do transporte público, cerca de 12 mil pessoas fecharam as ruas da capital paulista; policiais usaram da violência excessiva para dispersar manifestantes
Eduardo Sales e José Francisco Neto
da Reportagem
da Reportagem
Foto da capa: Mídia Ninja
Trabalhadores,
estudantes, pessoas de diversas idades, partidárias ou não, saíram às
ruas de São Paulo pelo terceiro dia para protestar contra o aumento das
tarifas do transporte público. Nesta terça-feira (11), a capital
paulista parou em meio ao ato que reuniu cerca de 12 mil manifestantes.
Mas o
destaque ficou mesmo com a ação violenta da polícia militar do Estado de
São Paulo. A Tropa de Choque da PM disparou tiros de balas de borracha,
bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo nas pessoas quando o
protesto, que ocorria de modo pacífico, já havia terminado.
O
primeiro ato de violência policial ocorreu no terminal Parque D. Pedro,
por volta das 19h30. Cinco viaturas da PM impediram que os manifestantes
ocupassem a avenida Rangel Pestana por meio de bombas e balas de
borracha. Várias pessoas ficaram feridas. A reportagem do Brasil de Fato presenciou
ainda o cerco de três policiais a um deficiente físico, agredido com
golpes de cassetetes, próximo a região da rua 15 de Novembro.
Policiais atiraram bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo nos manifestantes. Tiros de balas de borracha também feiram dezenas de pessoas. Foto: Paulo Ianone |
Com
manifestações descentralizadas, grupos menores que tentavam seguir até a
avenida Brigadeiro Luiz Antônio foram alvejados violentamente com uma
sequência de tiros de armas com balas de borracha novamente. Exatamente
no centro da cidade, bancas de jornal foram utilizadas para se proteger
da selvageria dos policiais militares.
Mesmo
após a violência policial, diversos grupos conseguiram se reunir no
início da Brigadeiro em direção à Paulista. A passeata seguiu
pacificamente, até o Masp, quando a polícia, novamente de modo
agressivo, lançou uma sequência de dez bombas de efeito moral, gás de
pimenta, atingindo até mesmo outros trabalhadores que retornavam para
suas casas.
Manifestante entrega flores a PMs da Tropa de Choque paulista. Logo em seguida, é atingido por tiros de balas de borracha disparados pelos mesmos policiais. Foto: Rodrigo Soares |
Alguns manifestantes (na foto acima) chegaram
a entregar flores para alguns policiais da Tropa de Choque. Logo em
seguida, segundo o jornal Folha de S.Paulo, o que aparece em destaque na
foto foi atingido por tiros de balas de borracha disparados pelos
mesmos policias.
Sobrou
até para um repórter do jornal Folha de S.Paulo. Leandro Machado foi
detido durante o protesto na avenida Paulista. Mesmo apresentando o
crachá da empresa em que trabalha, Machado foi levado para o 78º DP
(Jardins) num carro da PM. No caminho, foi informado pelos policiais de
que estava sendo detido por "atrapalhar a ação da polícia". Fora o
repórter, mais 20 pessoas foram presas.
Por
sinal, outros dois repórteres sofreram consequências da ação policial.
Apesar de estar identificado por um crachá, o jornalista Fernando Mellis
levou um golpe de cassetete nas costas. Já o repórter do Brasil de
Fato, José Francisco Neto foi atingido por uma bala de borracha no
braço.
A
campanha contra aumento da tarifa dos transportes púbicos em São Paulo
começou na quinta-feira passada (6), com um protesto que fechou a 23 de
Maio, a Paulista e a 9 de Julho. Nos dois dias também houve violência
por parte da polícia militar
Outro
ato pela redução das tarifas do transporte público, que é organizado
pelo Movimento Passe Livre, está marcado para a próxima quinta-feira
(13) no Anhangabaú.
*Mariadapenhaneles
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