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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, outubro 05, 2014

O sionismo expressa o grau de degeneração irreversível do sistema capitalista internacional

Via PCB
Carmelo Suárez
Nas primeiras décadas do século XX, o nazifascismo expressou, historicamente, o exacerbado desenvolvimento das lutas interimperialistas no sistema capitalista europeu e como esse sistema capitalista chegou a gerar um grau de violência, até então desconhecido, apoiando-se no antissemitismo e no anticomunismo.
Os cruéis antecedentes da Primeira Guerra Mundial, até então expressão em um grau inferior de desenvolvimento do enfrentamento interno no capitalismo europeu, empalideceram ante os mais de cinquenta milhões de vítimas, os fornos crematórios ou o cerco de Stalingrado na Segunda Guerra Mundial.
O capitalismo promoveu o nascimento, posteriormente, de todo tipo de guerras e ditaduras, todas elas com um grau de violência e terror muito maior. Dezenas de milhões de vítimas marcam a história do capitalismo da segunda metade do século XX e princípios do XXI.
A Indonésia de Suharto, o Vietnã agredido por diferentes potências imperialistas, a Guatemala cruelmente ensanguentada e aterrorizada (dois milhões e meio de vítimas em um país pequeno), a invasão japonesa da China com mais de cinco milhões de vítimas, o golpe de estado contra a Unidade Popular chilena de Allende, etc, etc, todo um rastro de terrorismo de estado, violência extrema seguindo as instruções do Manual do Terror da CIA, sempre na lógica da defesa dos interesses das classes dominantes oligárquicas e parasitárias, de caráter minoritário. Um poder tão socialmente injusto necessita tal grau de desenvolvimento da violência para tentar manter seu antissocial sistema de dominação.
Nos anos mais recentes, essa guerra organizada, incitada e financiada pelo capitalismo internacional se estende pelo corredor euro-asiático, que possui grande valor estratégico na dominação mundial. Assim, Líbia, Síria, Líbano, Iraque, Irã, etc., são vítimas de todo tipo de violência e crimes, em uma espiral de provocada instabilidade desta área geopolítica, para impedir a estabilização de qualquer sistema de desenvolvimento social.
Vez por outra, a classe operária internacional se levanta em luta heroica para acabar com o sistema capitalista decrépito e agonizante. Eventos históricos ocorrem há mais de um século por todo o planeta. De nosso inigualável 5° Regimento, sua resistência operário-popular contra o fascismo até o valente sandinismo frente à “contra” financiada pelos EUA, o Vietcong descalço que derrotou o exército mais poderoso do mundo ou o valente Exército Árabe Sírio, que hoje consegue expulsar de sua terra as fanáticas forças mercenárias financiadas por imperialismos diversos.
Do capitalismo internacional não se pode subtrair esta lógica criminosa e seu crescente processo de deterioração e degradação. A violência cada vez maior, mais criminosa e miserável, sem limites de princípios éticos e/ ou morais. A atual e persistente crise capitalista internacional provoca a dinâmica infernal dessas tendências, que alcançam níveis cada vez mais superiores de horror e espanto.
Esta lógica criminosa irrefreável ocorre em paralelo com as manipuladas estruturas legitimadoras que o capitalismo desenvolve em sua superestrutura, para fazer com que essa violência não provoque seu descrédito social. A manipulação das informações sobre estes episódios, por parte dos meios de comunicação massiva, é sustentada por métodos gebelianos, de sofisticada elaboração; o circo e a banalidade são utilizados para esconder a natureza criminosa inerente desta lógica capitalista.
Nesta ocasião, o sionismo utiliza técnicas de terror da maior baixeza moral: o assassinato intencionado massivo de civis, especialmente de crianças; o bombardeio de hospitais e escolas; e, ultimamente, a destruição do fornecimento de luz e água a toda a população cercada em Gaza, que resiste com heroicidade.
No entanto, os chamados governados democráticos burgueses omitem e/ ou aplaudem estes crimes.
Este silêncio ou aceitação cúmplice é imprescindível para os fins criminosos do Estado sionista de Israel. Sem isso não seria possível a continuidade da agressão criminosa e genocida contra o povo palestino de Gaza.
Netanyahu é tão criminoso quanto Merkel, Obama ou Rajoy. O primeiro dispara e os outros cobrem suas costas para que possa continuar suas ações assassinas. Netanyahu é tão assassino quanto Rajoy; as bombas sionistas que massacram os meninos e meninas em Gaza são disparadas com a autorização de Rajoy. O Presidente do Governo espanhol tem as mãos manchadas de sangue palestino.
Esta guerra miserável e cínica que o sionismo promove hoje, para nossa desgraça, não é mais que o anúncio do que o imperialismo tem reservado à humanidade para um futuro próximo, caso a classe internacional não dê fim a este sistema perverso. E não por uma questão de governantes mais ou menos criminosos, mas porque o sistema capitalista em crise não tem outra opção que esta lógica demente e desesperada para tentar sobreviver a seu próprio fim histórico.
Nós, pertencentes à classe operária consciente, sua vanguarda revolucionária e os Partidos Comunistas marxistas-leninistas, temos a responsabilidade histórica de enfrentar, com a determinação e a audácia com que ontem empreenderam todos os destacamentos que, ao longo da história, produziram as heroicas lutas pela derrota do capitalismo.
Por isso, hoje o chamamento tem que ser a uma prática consequente do internacionalismo proletário, em solidariedade com o povo palestino e contra o sionismo internacional, com o objetivo de iniciar uma luta generalizada e de massas contra a guerra imperialista e o terrorismo de Estado, pela dissolução dos exércitos imperialistas e suas alianças internacionais (OTAN), pela dissolução dos serviços secretos imprescindíveis para esta lógica criminosa: CIA, Moshad, MI5, CNI, Frontex, etc., pela anulação de todas as legislações que dão cobertura ao sistema de espionagem universal sobre todas as populações.
Hoje, nossa prioridade, nosso primeiro clamor é contra os crimes do sionismo em Gaza, contra os governantes burgueses de nosso país, que legitimam esses crimes, e contra as posições dos oportunistas que enganam a classe operária, fazendo-a acreditar que é possível reformar o capitalismo e geri-lo para que tome uma forma mais humana.
Com o povo palestino de Gaza, nossa luta é pelo poder operário e pelo socialismo-comunismo, pela destruição até seus alicerces do sistema capitalista internacional.
Viva a Palestina Livre!
Carmelo Suárez
Secretário Geral do PCPE
Fonte: http://www.pcpe.es/index.php/comite-central/item/33345573-el-sionismo-expresa-el-grado-de-degeneracion-irreversible-del-sistema-capitalista-internacional
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)
*GilsonSampaio

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