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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, novembro 04, 2014

Clube Militar defende democracia: 'A maioria decidiu'

Instituição pede respeito à decisão democrática das urnas em nota, que completa: "Não interessa que não seja a nossa opção. É a regra"




por Redação —
Botão Eleições 2014 Clube Militar, tradicional instituição fundada no século 19, divulgou uma nota em que afirma valorizar a decisão democrática das urnas nas eleições deste domingo 26. "A maioria decidiu. Não interessa que não seja a nossa opção. É a regra", traz o texto.
"Perder nunca é um fato facilmente aceitável, mas faz parte do jogo e da vida."
Depois do resultado do segundo turno, que reelegeu a presidenta Dilma Rousseff com 51,64% dos votos, diversos internautas alinhados com a campanha do candidato derrotado Aécio Neves têm se manifestado pelas redes sociais com mensagens de repúdio à decisão das urnas e mesmo menções a um impeachment. Eventos foram criados no Facebook convidando as pessoas a protestarem contra a decisão.
A nota do Clube Militar vai no sentido justamente contrário e exalta a decisão democrática. "A Democracia, caminho que defendemos ardorosamente, estabelece isso."
Confira abaixo a nota na íntegra:
"Perder nunca é um fato facilmente aceitável, mas faz parte do jogo e da vida. Derrotar-se é que não é aceitável.
O Brasil é nosso.
A Democracia, caminho que defendemos ardorosamente, estabelece isso. A maioria decidiu. Não interessa que não seja a nossa opção. É a regra.
Assim devemos exercer a nossa cidadania, exigindo do Governo a postura que consideramos correta, a transparência que até hoje foi sonegada, a competência que o País necessita, enfim, vamos fiscalizar.
Temos um Congresso e outras Instituições.
Não vamos baixar a cabeça.
Vamos continuar lutando pelo Brasil, cada um fazendo a sua parte.
Um Sócio Ilustre"

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