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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, janeiro 12, 2015

Ex-oficial da Marinha dos EUA sustenta que CIA matou Eduardo Campos

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Claudio Tognolli em seu blog
Jornalista de renome nos EUA, Wayne Madsen publicou em sua coluna no jornal on-line Strategic Culture Foundation o texto em que denuncia que a morte do candidato a presidente Eduardo Campos (PSB) em acidente de avião em 13 de agosto teria sido uma trama da CIA.
O artigo é intitulado “All factors point to CIA aerially assassinating brazilian presidential candidate” (“Todos os fatores indicam que a CIA assassinou por via aérea candidato brasileiro à Presidência”). Madsen estabelece que uma derrota de Dilma Rousseff representaria uma vitória para os planos de Barack Obama de eliminar “presidentes progressistas” da América Latina.
Wayne Madsen concedeu entrevista exclusiva a este blog, em que reafirma a tese de que a CIA matou Campos. Ex-oficial da Marinha dos EUA, o jornalista Wayne Madsen é taxativo: “Marina Silva é a favorita de Obama e do George Soros. Marina defende que os EUA comandem a globalização, o livre comércio, investimentos privados e Marina é pró-Israel. Marina é do jeito que o Pentágono e Wall Street adoram”. Ele é taxativo: os técnicos da National Transportation Safety Board, órgão dos EUA que investiga acidentes, vieram ao Brasil para levar as provas do acidente de Campos para os EUA – e sumiram com elas.
Tognolli – Você conhece algum caso nos EUA que envolva não gravação de conversações e fatos similares aos de Campos?Wayne Madsen – O caso da queda do avião de Campos não recebeu nenhuma cobertura na mídia dos EUA. Mas aqui nos EUA já vimos casos similares em não divulgação de teor de caixas pretas após grandes acidentes, como no caso da queda do TWA 800, voo Airlines 587 de Nova Iorque a Santo Domingo, na República Dominicana, e queda dos aviões do senador Paul Wellstone e de John F. Kennedy Jr.
Nota do blogSobre a morte de Wellstone, clique aqui.Em 16 de julho de 1999, John Kennedy, sua esposa Carolyn e sua cunhada Lauren morreram num acidente de avião. Kennedy estava pilotando o monomotor. Os três estavam indo para o casamento da prima de John, Rory. Ele faleceu aos 38 anos e seu corpo foi cremado.
Tognolli –Você apenas opina sobre a participação da CIA na morte de Campos ou tem elementos como indícios de prova material?Wayne Madsen –Os rastros do envolvimento da CIA na morte de Campos são as anomalias técnicas que envolvem a queda e a confusa história da propriedade do avião. A L3 Communications and Textron prestam serviços para a CIA.
Nota do blogA L3 Communications Inc. é uma empresa de defesa norte-americana, baseada em Manhattan, Nova Iorque, que fabrica equipamentos de “controle e comando” de comunicação, inteligência, monitoramento, sistemas de reconhecimento aéreo, além de instrumentação e produtos oceânicos e aeroespaciais. A empresa possui 63 mil funcionários e um faturamento superior a US$15 bilhões. Seus principais clientes são oDepartamento de Defesa dos Estados Unidos, a CIA, a Nasa e diversas empresas de telecomunicação e forças armadas internacionais.A Textron Company é uma holding norte-americana que controla empresas fabricantes de aeronaves civis e militares. A Textron foi fundada em 1923, por Royal Little, como Special Yarns Company hoje inclui empresas em diversos ramos de negócios como: Bell Aircraft CorporationCessna Aircraft Company e Lycoming Engines.
Tognolli – Quais outros casos envolvem a CIA?Wayne Madsen – A CIA dispõe de vasta experiência em derrubar aviões: derrubaram o avião dos presidentes Jaime Roldos, no Equador, Omar Torrijos, no Panamá, do líder revolucionário cubano Camilo Cienfuegos, em 1959, e o também o avião da Cubana Aviación 455, em Barbados. A CIA também derrubou o avião do primeiro-ministro de Portugal, Sá Carneiro, e de seu ministro da Defesa, mortos na queda do Cessna 421 em Lisboa, em 1980, numa pré-eleição muito parecida agora com a pré-eleição de Eduardo Campos. Essa queda pavimentou a entrada de um governo português pró-EUA. Temos também a morte do candidato presidencial venezuelano Renny Ottolina, morto numa suspeita queda de um Cessna 310, em 1978. Renny Ottolina era um apoiador das ideias bolivarianas para a integração total da América Latina, ideais que foram mais tarde adotados por Hugo Chavez e eram obviamente combatidos pela CIA. Ottolina seria um futuro alvo primordial da CIA por sustentar esses ideais no poder. O líder político indiano Madhavrao Scindia morreu numa queda suspeita de Cessna C90 em 2001. Ele era o autêntico marajá da cidade de Gwalior, e se desse certo como líder político nacional teria trazido de volta as regras de antigos principados, muitas das quais seriam radicalmente opostas à globalização da sociedade indiana. Ele seria um dos maiores estorvos para a CIA.
Nota do blogGwalior é uma cidade do estado de Madhya Pradesh, na Índia. Localiza-se no centro do país. Tem cerca de 917 mil habitantes. Foi capital de um principado semi-independente até 1947.
Tognolli – Por que, em sua opinião, a CIA escolheu Campos, e não o venezuelano Maduro ou nossa presidente Dilma?Wayne Madsen – Porque o PT de Dilma teria nomeado rapidamente um substituto caso ela fosse assassinada. Campos virou um alvo para poder elevar Marina e garantir uma derrota a Dilma e ao PT.
Tognolli – Há casos similares de queda de Cessna 560 XLS, como o de Campos?Wayne Madsen – Não, esse avião tem índices de segurança exemplares. Mas o avião de John Kennedy era um Cessna que se suspeita tenha sofrido sabotagem. Um Cessna 310 caiu e matou o republicano Hale Boggs, um membro dissidente da Comissão Warren, que investigava a morte do presidente John. Boggs acusava a CIA de estar por detrás do assassinato de Kennedy. A queda de um Cessna 335 matou também o governador do estado do Missouri, Mel Carnahan, um dia antes das eleições.
Nota do blogA Comissão Warren (nome oficial The President’s Commission on the Assassination of President Kennedy) foi estabelecida em 29 de novembro de 1963 pelo presidente dos EUA Lyndon Johnson para investigar o assassinato de John Kennedy.
Tognolli – Por que você não confia nos membros da National Transportation Safety Board, que veio ao Brasil investigar a queda do Cessna de Campos?Wayne Madsen – Porque esse pessoal da NTSB foi publicamente acusado de acobertar as causas da queda do TWA 800.
Tognolli – Como ex-oficial da Marinha dos EUA, você foi um dos responsáveis por ter implantado o primeiro programa de segurança deles. Você dispõe de fontes militares para acusar a CIA na morte de Campos?Wayne Madsen – Eu de fato tenho muitas fontes da comunidade de inteligência dos EUA que acusam o diretor da CIA, John Brennan, de participar de mortes praticadas pela CIA em serviços clandestinos que fazem parte rotineira das operações diárias da CIA.
Tognolli – Como a CIA mascara crimes, como você sugere tenha sido feito com Campos?Wayne Madsen – Mascaram fazendo com que tais crimes se pareçam com acidentes e depois passam a acusar quem os põe em xeque como sendo teóricos da conspiração, fazendo uso de jornalistas pagos pela CIA para disseminar a propaganda dos serviços de inteligência dos EUA.
Tognolli – Como a National Transportation Safety Board opera então no Brasil?Wayne Madsen – O pessoal da NTSB só atua em nome do governo doa EUA, sempre acusando alguém pela queda de aviões, para despistar, como fizeram agora contra o governo da Rússia, acusando-o de ter derrubado o avião da Malásia Airlines 17 na Ucrânia.
Tognolli – Quem são os políticos favoritos dos EUA no Brasil e quem são os mais odiados?Wayne Madsen – Marina Silva é a favorita de Obama e do Soros. Marina defende que os EUA comandem a globalização, livre comercio, investimentos privados e Marina é pró-Israel: Marina é do jeito que o Pentágono e Wall Street adoram.
Tognolli – Como um repórter investigativo brasileiro poderia ter atuado no caso Campos?Wayne Madsen – Jamais deveriam ter permitido que o pessoal da National Transportation Safety Board tivesse retirado evidências e dados físicos da cena da queda do avião de Campos e os levado aos EUA: jamais.
Nota do blogGeorge Soros é um empresário e homem de negócios húngaro-americano. Ficou famoso pelas suas atividades como especulador, nomeadamente em matéria de taxas de câmbio, chegando a ganhar US$1 bilhão em um único dia apostando contra o banco da Inglaterra, bem como pela sua atividade filantrópica, que apoiou entre outros, a Universidade Central Europeia.
*https://luizmullerpt.wordpress.com/2015/01/11/ex-oficial-da-marinha-dos-eua-sustenta-que-cia-matou-eduardo-campos/ 

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