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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, janeiro 15, 2015

psdb e a coca

Nas asas da coca


De Jorge Gouveia em O Globo, hoje:

"A quadrilha envolvida com o tráfico de cocaína presa no fim de semana na divisa de Tocantins com Pará usava o avião de um político do PSDB ligado ao grupo do ex-governador Siqueira Campos.

A Polícia Federal apreendeu 505 quilos da droga numa pista clandestina às margens do Rio Xingu, no município de Santana do Araguaia. O avião pertence a Misilvan Chavier dos Santos, candidato a prefeito de Tupiratins (TO) pelo PSDB em 2004 e candidato a deputado estadual pelo PSL em 2002.

Os dois partidos são ligados à União do Tocantins, comandada por Siqueira Campos e por seu filho, o senador Eduardo Siqueira Campos, ambos do PSDB."

Candidato do PSDB é preso por TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS. Caaaaalma, não estamos falando do Cocainócoptero apreendido com 450 Kg de cocaína pouco antes das eleições de 2014. Estamos falando de um AVIÃO COM MEIA TONELADA DE COCAÍNA, logo antes das eleições de 2006. É vício antigo.
*obviamente

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