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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, janeiro 25, 2015

ONU lança campanha mundial pela igualdade de gênero

A ONU-Mulher lançou, nesta sexta-feira (23), a campanha Ele por ela Impacto 10x10x10 para gerar um cenário mundial favorável ao empoderamento da mulheres.


ONU/Rick Bajornas
Em 2012, a ONU Mulheres estabeleceu o GCSAG como fórum consultivo e plataforma de diálogo com a sociedade civil.Em 2012, a ONU Mulheres estabeleceu o GCSAG como fórum consultivo e plataforma de diálogo com a sociedade civil.
Como seu nome o indica, a iniciativa procura envolver os homens na luta pela equidade de gênero, em um mundo onde a mulher ainda é açoitada pela discriminação, fenômeno traduzido em menos oportunidades de desenvolvimento político, econômico e social, marginalização e diversas formas de violência.

Trata-se de um programa piloto de um ano, iniciado no contexto do Fórum Econômico Mundial de Davos, para comprometer também os governos, as empresas e as instituições, que deverão identificar ações concretas destinadas a conseguir o objetivo da igualdade.

Essas medidas devem ser aplicadas em todos os setores durante os próximos 12 meses, com objetivo de provar sua efetividade e verificar seu impacto, disse a diretora executiva da ONU-Mulher, Phumzile Mlambo-Ngcuka.

A campanha foi lançada em Davos, na presença de líderes e personalidades como o presidente de Ruanda, Paul Kagame, o premiê sueco, Stefan Lofven, o secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e a embaixadora da boa vontade da ONU-Mulher, a atriz britânica Emma Watson.

"Aspiramos comprometer os pais que defendem o empoderamento de suas filhas, os líderes conscientes de que as sociedades avançam mais com a contribuição feminina e as pessoas comuns fartas das desigualdades", declarou Ban.

Por sua vez, Watson -célebre por sua personagem Hermione na saga Harry Potter- chamou a uma mudança mundial com a participação massiva de corporações e universidades.

"Urge pôr fim às desigualdades sofridas em escala global pelas mulheres e meninas", advertiu.

A ONU lançou no ano passado a iniciativa Ele por Ela e pretende multiplicar seu impacto durante 2015.

Segundo dados da organização, a campanha atingiu mais de 1,2 bilhões de seguidores nas redes sociais.


Fonte: Prensa Latina

*Vermelho

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