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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, janeiro 21, 2015

O Levante de Tupã

Compartilho e apoio esse testemunho de Thaelman Carlos M. de Almeida, sobre o seu pai que é citado no livro do Marcelo Godoy, 'A casa da vovó'.
Não é a primeira vez que autores reproduzem as "verdades" plantadas pelos agentes da repressão que tinham - e ainda tem - a intenção de dividir e aniquilar os opositores da ditadura civil-militar.
TENHO PELOS QUE SE LEVANTARAM CONTRA A DITADURA - DANDO SUA VIDA E TODAS AS SUAS DORES E AS DE SEUS FAMILIARES PELA LIBERTAÇÃO DA HUMANIDADE - PROFUNDO RESPEITO, ADMIRAÇÃO E RECONHECIMENTO. POR ISSO, VOU SEMPRE DUVIDAR, DESACREDITAR DAS ACUSAÇÕES QUE PESAM SOBRE ELES DE QUE "ABRIRAM" NA TORTURA E MUDARAM DE LADO.
JAMAIS ACREDITAREI NAS "PROVAS" DOS ÓRGÃOS DE REPRESSÃO!
POR MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA:
"Sobre a citação do nome de meu pai, Edgard de Almeida Martins, que depois de uma resistência armada, em janeiro de 71 foi sequestrado pelos agentes do DOI CODI em nossa casa no bairro do Tatuapé, em SP ao lado de Élio Cabral de Souza, ambos, os últimos dirigentes da Ala Vermelha a "caírem" na sequência de quedas que ocorreram naqueles dias de terror, permanecendo prisioneiro por quase todo aquele longo ano sofrendo todos tipos de torturas impingidas aos que ali estavam e eram obrigados a suportar e que sobreviveu (como toda a direção da Ala Vermelha, daquela geração). O Godoy apenas reproduz anos depois, a informação caluniosa produzida no próprio DOI-CODI.
Quem se interessar em conhecer essa história com mais apuro recomendo a leitura de suas memórias políticas, que estão publicadas no livro "CLANDESTINO" e pode ser adquirido na livraria virtual "
http://clandestinoedgard.blogspot.com.br/…/o-levante-de-tup…
https://agbook.com.br/
CLANDESTINOEDGARD.BLOGSPOT.COM
*FlaviaLeiitao

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