Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, abril 18, 2015

Afinal Dr. Moro, quanto sua esposa recebeu do PSDB e da Shell? Abra o sigilo


desatucanamoroCom o fracasso das manifestações anti-Dilma, que apesar do esperneio da oposição encerrou definitivamente o terceiro turno das eleições de 2014, o Juiz Sérgio Moro se despiu de sua fantasia de imparcial e partiu para cima do PT, prendendo o seu tesoureiro, João Vaccari Neto, sem que tivesse surgido fato novo ou prova material de delito, e mandando recados pelos garotos da imprensa de direita, que os próximos serão José Dirceu e Antônio Palocci.
As teses que sustentam a prisão de Vaccari e as anunciadas (não é piada) prisões de Dirceu e Palocci são descalabros jurídicos criticado por vários juristas. No caso de Vaccari, a criminalização de doações legais e registradas só do PT, quando outros partidos, inclusive de oposição, receberam quantias similares das mesmas empresas, para o PT seria pagamento de propina e para a oposição, um ato cívico.
Nos casos de Palocci e Dirceu, consultorias firmadas com contrato e emissão de notas fiscais, com recolhimento de impostos, e comprovação de serviços prestados seriam pagamentos de propina disfarçados.
Se formos levar essas hipóteses em consideração, deveríamos então suspeitar da esposa de Sérgio Moro, Rosângela Wolff de Quadros Moro, trabalhar como advogada do PSDB como assessora jurídica de Flávio Arns (PSDB/PR), vice-governador do Paraná, além de trabalhar em escritório de advocacia que presta serviços para empresas do setor de petróleo, entre outros para uma empresa do grupo multinacional Shell, interessada na mudança do regime de partilha de exploração do Pré-sal, que voltou a ganhar força com o enfraquecimento político da Petrobras devido ao desenrolar da operação Lava-Jato .
Ora, o juiz escolhe claramente apenas declarações de delatores que envolvam petistas e muda o foco das investigações, enquanto protege tucanos na tomada dos depoimentos, como foi revelado que no depoimento de delação do Sr. Leonardo Meirelles, laranja de Alberto Youssef na Labogen, o juiz impediu que o depoente revelasse qual seria o senador do PSDB/PR ligado ao doleiro, dizendo que ele não poderia citar pessoas com foro privilegiado…como assim? E os outros que foram delatados?
Seria bem visto se o juiz abrisse o sigilo fiscal de sua esposa para que as pessoas que agora desconfiam, saibam quanto e por quanto tempo sua esposa recebe quantias do PSDB, supostamente por serviços prestados de advocacia, mas que pelas teorias levantadas pela República do Paraná pode muito bem ser entendido, e aqui não fazemos nenhum juízo de valor, como pagamento de valores, através de laranjas (a esposa) com o intuito de recompensar atuação do juiz na operação lava-Jato, nas sua saga de perseguir o PT e aliviar o PSDB. Também ficaria claro se recebeu alguma remuneração paga por subsidiária da Shell, e se recebeu, se é proporcional ao valor de mercado de serviços de advocacia ou se trataria de doping financeiro.
 Com a CPI da Petrobras instrumentalizada pelo PSDB e PMDB do Cunha é quase impossível pensar em aprovar requerimento de quebra do sigilo fiscal da esposa do juiz, e em nome da moralidade que ele posa de defensor, faço um pedido ao ‘paladino anti-corrupção” para que abra o sigilo da sua esposa. Doutor, dê o exemplo, ou estará autorizando que suponhamos que existem esqueletos nesse armário.
Arquivo de imagem que ilustra o post: Blog Terror do Nordeste
*ClaudiaMAriaBerto
*pontocontraponto

Nenhum comentário:

Postar um comentário