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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, abril 22, 2015

Antes de Serra sair do governo do estado, a Secretaria de Comunicação montou um modelo de enriquecimento de seus integrantes

Luis Nassif, do Jornal GGN, denuncia esquema de guerrilha virtual chefiado por José Serra para atacar Lula, Dilma e PT. Haja podridão!
Antes de Serra sair do governo do estado, a Secretaria de Comunicação montou um modelo de enriquecimento de seus integrantes: a montagem de estruturas de guerrilha virtual bancadas pelo dinheiro do Estado e controladas por eles próprios.
A montagem foi comandada por dois subordinados de Serra: Juliano da Nóbrega (filho do ex-ministro e consultor Mailson da Nóbrega) e Bruno Caetano.
Ao assumir o governo do Estado, Geraldo Alckmin desmanchou a Secretaria. Mas cometeu a imprudência de manter nela Márcio Aith, também subordinado a Serra.
Esta semana a Folha puxou um fio da meada para entender esse modelo de enriquecimento do grupo: R$ 70 mil mensais pagos a uma empresa recém-constituída em nome de um troll de baixa reputação, mas tendo como sócia majoritária a mulher de Juliano.
Serra conseguiu com Afif uma negociação que entregou a Bruno Caetano o comando do Sebrae-SP. Lá, ele alocou dezenas de militantes substituindo consultores que foram demitidos.
Há suspeita de que esse esquema tenha se espalhado por outras assessorias ligadas a fundações e estatais paulistas e também a terceirizados contratados por agências de publicidade que servem ao governo de São Paulo.

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