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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, abril 28, 2015

BANCADA EVANGÉLICA - Veja o tamanho do monstro:
- O que é a Frente Parlamentar Evangélica (Estadão, 26/4/15), por nome do partido, número de políticos que participam dos atentados contra o Estado laico, por não terem noção de que religião é apenas uma opção pessoal, frente ao total dos políticos do partido e seu percentual:
PRB: 15 em 20 políticos (75%);
PSC: 9 em 13 políticos (69%);
SD: 6 em 16 (38%);
PMN 1 em 3 (33%);
PTN: 1 em 4 (25%);
PR: 7 em 34 (25%);
PSol: 1 em 5 (20%);
PHS: 1 em 5 (20%);
PSD: 5 em 34 (15%);
PV: 1 em 8 (13%);
PTB: 3 em 25 (12%);
PDT: 2 em 19 (11%);
PSDB: 5 em 53 (9%);
PSB: 3 em 32 (9%);
DEM: 2 em 22 (9%);
PPS: 1 em 11 (9%);
PROS: 1 em 12 (8%);
PMDB: 5 em 67 (7%);
PP: 2 em 40 (5%);
PT: 3 em 64 (5%).
(via Fernando Almeida - RJ)

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