Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, abril 17, 2015

ENTIDADES E CIDADÃOS ASSINAM MANIFESTO DE APOIO À GREVE DOS PROFESSORES


Manifestamos nosso irrestrito apoio ao movimento grevista dos professores da rede pública de ensino do Estado de São Paulo, deflagrada no dia 13 de março de 2015.   
É inegável a triste, alarmante e caótica situação da educação pública, que vem sendo sucateada há tempos, comprometendo a qualidade do processo pedagógico. A categoria aguarda há anos, sem sucesso, o atendimento de sua pauta de reivindicações para a melhoria das condições de trabalho e da educação. 

Como é de conhecimento público, o Governo do Estado de São Paulo fechou cerca de 3.400 salas de aula, superlotando as que restaram e deixando mais de 20 mil professores desempregados.

Nesse contexto, as entidades e cidadãos que assinam o presente manifesto se solidarizam com a luta dos professores grevistas, contra a precarização de direitos, os baixos salários e o sucateamento da educação, reforçando a solicitação de abertura das negociações de todas as reivindicações imediatamente. 
Pela valorização de todos os educadores e educadoras!

Pela valorização da educação!

Entidades

Afropess
AJD – Associação dos Juízes pela Democracia
Campanha DeseducadoSP
Casa Amarela
CEDEM - Centro de Documentação e Memória da UNESP
Ciranda Internacional de Comunicação Compartilhada
Clínica do Testemunho
COADE – Coletivo Advogados para a DemocraciaColetivo Frei Tito Vive    
Coletivo Mapa Xilográfico
Comissão da Verdade – Advogados para a Democracia 
Cursinho Popular Pré-universitário Psico/USP
Instituto Sedes Sapientiae
Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social
Observatório da Mulher
Organismo Parque Augusta
Sintusp  
UNESP
 
Cidadãos 

Adriano Diogo, geólogo e ex-deputado estadual (SP)
Anna Maria Martinez Correa, historiadora
Bemvindo Sequeira, ator  
Carlos Giannazi, professor, mestre em educação, doutor em história e deputado estadual (SP)
Cesar Cordaro, advogado e coordenador da Comissão Municipal da Verdade de São Paulo
Conceição Oliveira, educadora, blogueira (Maria Frô)   
Cristina Pretti, arte-educadora e artista Plástica
Dojival Vieira, advogado e jornalista  
Edgard Scandurra cantor, compositor, guitarrista e baterista, integrante da banda de rock Ira!
Eduardo Suplicy, economista, professor universitário, secretário de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo e ex-senador
Fábio Konder Comparato, advogado e filósofo, professor da Faculdade de Direito da USP  
Fernanda Mazzafera , advogada
Fernando Fontana, jornalista, repórter e apresentador da RedeTV
Frei Betto, escritor
Iberê Bandeira de Mello, advogado
Júlio Lancellotti, pedagogo, teólogo e vigário episcopal do povo de rua
Leci Brandão, cantora, compositora e deputada estadual (SP)
Luciana Sérvulo da Cunha, professora e diretora de TV  
Marcelo Tas, jornalista, ator, diretor, apresentador de televisão, escritor e roteirista
Maria Aparecida Segatto Muranaka, professora, doutora da UNESP de Rio Claro
Maria do Rosário Martinez Correa, artista plásticaNanda Mazza, advogada, cantora e compositora
Paula Salvia Trindade, psicóloga e psicanalista
Rachel Moreno, psicóloga e pesquisadora
Rodrigo Sérvulo da Cunha, advogado e cientista social
Sergio Amadeu da Silveira, cientista social e professor da UFABC
Taciana Barros, música Terezinha Vicente, jornalista 
Zé Celso Martinez Correa, ator e diretor de teatro
Assine o manifesto enviando nome, profissão e entidade da qual participa no e-mail:coadesp@gmail.com.


Nenhum comentário:

Postar um comentário