Argentina e Rússia assinaram, nesta quinta-feira (23/04), um acordo que permite a realização de pagamentos comerciais em peso e rublo.
A iniciativa, tomada em meio a dezenas de convênios na área energética, tem como objetivo fazer com que os países deixem de estar “amarrados ao dólar”, como afirmou a mandatária do país sul-americano, Cristina Kirchner.
Putin e Kirchner firmam acordo antidólar para usar moeda nacional em transações comerciais
Rússia e Argentina também assinaram convênios de cooperação no setor de energia, como a construção de uma central nuclear e uma hidrelétrica
Argentina e Rússia assinaram, nesta quinta-feira (23/04), um acordo que permite a realização de pagamentos comerciais em peso e rublo. A iniciativa, tomada em meio a dezenas de convênios na área energética, tem como objetivo fazer com que os países deixem de estar “amarrados ao dólar”, como afirmou a mandatária do país sul-americano, Cristina Kirchner.
Agência Efe
Cristina aproveitou a visita para inaugurar a exposição "Evita, embaixadora da paz" em homenagem a Evita Perón
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Além do trato para pagamentos recíprocos, que visa aumentar e aprofundar as trocas comerciais entre os países, os mandatários assinaram dezenas de acordos comerciais na área energética, incluindo a construção de uma nova central nuclear e uma hidrelétrica, além do memorando para que a empresa petrolífera russa Gazprom explore petróleo no campo de Vaca Morta, principal zona petrolífera argentina.
No ano passado, Rússia e China anunciaram que o pagamento comercial em moedas locais aumentou 800% entre janeiro e setembro. A expectativa é que pelo menos metade das transações comerciais entre os países, previstas para alcançar 200 milhões de dólares até 2020, seja feita em moedas locais.
Na América Latina, o uso de moedas locais também é usado nas relações comerciais entre Brasil e Argentina; Brasil e Uruguai e Cuba, Equador e Venezuela, por meio do Sucre (Sistema Único de Compensação Regional de Pagamentos).
Agência Efe
Na Rússia desde terça (21/04), Cristina se encontrou hoje com o homólogo Putin no Kremilin
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Investimentos russos
Com o memorando entre a empresa petrolífera Gazprom e a estatal argentina YPF para explorar petróleo no campo da Vaca Morta, a Rússia vai aportar US$ 2 bilhões na zona petrolífera, com potencial para suprir toda a demanda energética argentina, enquanto a Gazprom aportará mais US$ 1 bilhão.
Também foi assinado um acordo para a construção da sexta central nuclear na Argentina por parte da empresa russa Rosatom, no valor de US$ 2 bilhões. Além disso, foi assinado memorando para o desenvolvimento da central hidrelétrica Chihuido I, de quase 700 megawatts na província argentina de Neuquén, por um montante total de quase US$ 2 bilhões.
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"A participação russa na instalação de geração elétrica na Argentina não é nova. Mais de 4.400 megawatts do parque energético argentino são de origem russa, temos uma longa tradição" de cooperação neste terreno, destacou Kirchner.
Os mandatários também assinaram acordos na área científico-técnica, militar, cultural, educativa, esportiva e turística, bem como um programa de agricultura.
Em janeiro, Kirchner fez movimento semelhante durante a visita à China, quando firmou 15 convênios com empresas chinesas nos setores de energia e mineração.
Veja vídeo das declarações de Cristina e Putin (em espanhol):
Relações bilaterais
Durante entrevista concedida à emissora RT, a mandatária defendeu que a relação entre Rússia e Argentina não deve ser consolidada apenas em termos comerciais, como vendedores e importadores e sim como sócios, “como uma plataforma mais que interessante para toda a região latino-americana”.
Com relação à importância da Rússia no cenário internacional, mesmo após as sanções impostas pelas potências ocidentais ao país, Kirchner afirmou que o país “ressurgiu como um novo ator importantíssimo em matéria global, não apenas em termos econômicos, ou como fornecedor de energia, mas também como ator político”.
No que se refere às questões nacionais, Putin expressou apoio à postura argentina na defesa da soberania das Ilhas Malvinas na reivindicação de que o “Reino Unido se sente à mesa para negociar”.
Com relação à crise ucraniana, Cristina, em alinhamento com o que vem sendo defendido por Moscou, ressaltou que "a diplomacia é o único caminho para resolver" os conflitos e condenou “todo tipo de ingerências externas em outros países".
*operamundi
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