O poder econômico global está mudando de mãos.
A causa, é o grupo de países emergentes que se apresenta no cenário
econômico internacional, de 10 anos para cá, como um bloco sólido e
consistente, que cresce a taxas vistosas ano após ano.
Liderados pela China, os BRICS apontam para a construção de um PIB
mundial, em 2015, maior que os países ditos desenvolvidos. Veja gráfico
abaixo:
É provável que já neste 2012 estejamos empatados, ou seja, o PIB dos
emergentes deve ser igual - ou ligeiramente inferior - ao PIB dos ricos.
Deve-se a vários fatores essa mudança de eixo, mas, essencialmente, pelo
fato de termos, nós emergentes, iniciado um período de crescimento
interno. Com muita força na China e Índia, mas também no Brasil, Russia e
África do Sul.
Essa reversão da curva de poder econômico explica-se, ainda, pelo
fracassado modelo ocidental de capitalismo. Enquanto as Nações ditas
desenvolvidas cultuaram o "mercado" como uma divindade, lançando-se em
aventuras consumistas sem qualquer controle ou medida, os emergentes,
todos, tangenciaram as regras neoliberais usando a força de seus Estados
para gerir, dirigir e orientar suas economias.
Em outras palavras, a intervenção do Estado nas economias emergentes foi
decisiva - e ainda é! - para o crescimento sustentável de nossas
sociedades. A geração de riqueza está atrelada, necessariamente, à
repartição dos ganhos, seja através de emprego, seja através de
programas sociais. Assim é na China, na Índia, Brasil, Russia e Africa
do Sul.
A imagem abaixo mostra o salto da China, Brasil e Russia no comparativo
das 10 maiores economias do planeta em relação ao PIB mundial, enquanto
as economias desenvolvidas se arrastam, com crescimentos irrisórios.
A França, por exemplo, despenca do 5º para o 8º lugar do ranking, enquanto o Brasil salta para o 5º lugar, seguido pela Russia, em 6º.
Os piores dados ficam com USA, Japão e Alemanha, com perda no percentual
do PIB mundial. São justamente estas economias que menos interferem no
mercado; onde o consumo das famílias é a base de sustentação, agora,
enfraquecidas.
É bom notar que estes dados, colhidos do FMI, estão exageradamente
otimistas, pois com a crise na Europa do Euro, as economias
desenvolvidas podem sofrer ainda mais danos, enquanto os emergentes
ainda têm fôlego para crescer de forma equilibrada.
Resta saber o que seremos capazes de fazer com este poder que estamos conquistando.
O mundo desenvolvido está mudando de endereço. E de cara.
No Sandálias do Pirata*comtextolivre
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