Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, junho 20, 2012

O que o PT está ganhando com o apoio de Paulo Maluf, além de minutos a mais no horário eleitoral gratuíto? Não podemos esquecer que José Serra tem todo o PIG a seu favor 24 horas por dia


Pra ganhar o quê?

Essa pergunta é para o Lula. Luiza Erundina possui uma reputação irretocável, foi certamente a melhor prefeita de São Paulo dos últimos trinta anos. Como não poderia deixar de ser, sua gestão foi atacada diariamente pelo PIG, o que estimulou os ímpetos fascistóides de boa parte da classe média paulistana. Foi justamente essa parcela do eleitorado paulistano que votou em bloco em Paulo Maluf, logo após o término do governo Erundina, que não conseguiu eleger seu sucessor, Eduardo Suplicy. Como deve estar a cabeça desse povo agora que seu guia fechou com o PT hein? Uma coisa é certa, jamais votarão em Haddad ou em qualquer coisa que se aproxime das causas populares. Lula conseguiu alguns segundos a mais no horário eleitoral, porém perdeu uma apoiadora de peso e estatura moral para a campanha de São Paulo. Muitos dirão que um minuto a mais no horário político é um fator decisivo numa campanha eleitoral, mas não podemos esquecer que o candidato tukkkano tem todo o PIG a seu favor, 24 horas por dia. Assim a coisa fica fácil para José Serra. 
*Cappacete

Nenhum comentário:

Postar um comentário