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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sexta-feira, junho 22, 2012
Presidente Correa sobre pedido de asilo do criador do Wikileaks, Julian Assange: 'A decisão do Equador será soberana '
Pelo que se depreende da entrevista, e também pelas posições políticas e atitudes do presidente do Equador Rafael Correa, a decisão será soberana e pela concessão do asilo político.
A justiça do Reino Unido, onde Assange estava em prisão domiciliar até refugiar-se na embaixada do Equador em Londres, decidiu pelo envio do fundador do Wikileaks para a Suécia, onde ele é acusado de crimes sexuais... Vou contar pra vocês o que foram os tais crimes:
Assange praticou sexo consensual com duas mulheres, em menos de 10 dias, sem o uso de preservativo. Na Suécia. Lá, ambas as coisas são proibidas: sexo sem preservativo e com duas mulheres diferentes em prazo inferior a 10 dias.
Enviado à Suécia, o que se comenta é que ele seria extraditado para os Estados Unidos, que querem a cabeça de Assange (leia Analista da Fox News prega no ar assassinato de Assange, do Wikileaks: 'Illegally shoot the son of a bitch'), porque mostrou ao mundo, entre outras coisas, estas imagens de um helicóptero americano Apache assassinando civis (inclusive crianças) no Iraque, em 2007:
Nos Estados Unidos, provavelmente, Assange seria condenado à morte.
*BlogdoMello
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