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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, junho 08, 2012

Quem está por trás das atrocidades na Síria?


 


EUA ameaça que vai promover uma resolução no Conselho de Segurança da Onu para que aprove o uso da força militar contra Síria. O diretor do Centro de Estudos sobre a Globalização, Michel Chossudovsky denuncia que o conflito na Síria foi iniciado e é alimentado precisamente pelos EUA e seus aliados.


Síria recebeu uma advertência: o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, disse que a nação norteamericana busca uma resolução mais enérgica para a crise na Síria. Segundo Geithner, a solicitação dos EUA, irá ao Conselho de Segurança da ONU para que autorize o uso da força para por fim ao regime do Governo sírio. Geithner expressou o sentimento de seu país num discurso de abertura na reunião dos Amigos da Síria, realizada em Washington.

O diretor do Centro de Estudos sobre a globalização, Michel chossudovsky está convencido de que os EUA apoiam os chamados “esquadrões da morte”que operam contra o regime de Bashar al Assad da Síria.

“Quando Hillary Clinton acusa o Governo de Bashar al Assad de cometer atrocidades temos que refletir e esclarecer quem está por trás destas atrocidades. São grupos armados, mercenários e a maioria são estrangeiros, são “esquadrões da morte”, apoiados pelos EUA. E depois os EUA disseram que há que ter uma saída para a crise. É uma contradição”, comentou Chossudovsky à RT – Notícias.

O cientista declara que “esta guerra foi iniciada pelos EUA e seus aliados”. “Temos que entender que a desestabilização da Síria é para uma mudança de regime pela operação da OTAN e com o pretexto humanitário que pode levar a uma guerra regional do leste do Mediterrâneo até a fronteira da China. As consequências da ação militar por parte da OTAN que será avaliada pelas Nações Unidas ou seja fora do Conselho de Segurança terá um impacto tremendamente grave sobre a segurança mundial. E é certo que a Rússia e a China estão muito preocupadas com essa situação”, disse.

Os líderes da Rússia e China chamaram Damasco e a oposição para empreender um diálogo. No entanto, ambos se manifestaram contra a ingerência das forças estrangeiras nesse país. As declarações foram feitas como resultado da visita oficial do presidente russo, Vladimir Putin, em Pequim.

Rússia convocou uma reunião com os membros do Conselho de Segurança da ONU e dos estados mais influentes da região. O chefe da diplomacia russa, Serguéi Lavrov, declarou que “ao contrário das reuniões sob o lema de “Amigos da Síria”, o objetivo deste encontro consistiria em que as partes externas concordem em realizar de forma honesta o plano de Kofi Annan, já que foi respaldado por todos. Rússia e China tem um entendimento comum e que é extremamente importante nesta etapa, quando há muitos que com suas palavras e ações subversivas e desejariam minar o plano de Kofi Annan”


Fonte: RT-Notícias <--para assistir o vídeo

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