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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, junho 11, 2012

Richard Nixon foi o inspirador de José Serra

Nixon era pior do que pensávamos, dizem repórteres do Watergate 
DA FRANCE PRESSE

Quase quatro décadas depois do escândalo Watergate, que envolveu o ex-presidente dos Estados Unidos Richard Nixon, os repórteres que revelaram a história ao mundo concluíram que o republicano era "muito pior" do que pensavam na época.
Nixon renunciou em agosto de 1974, depois que foi revelado o papel que seu governo desempenhou na invasão --e na posterior ação de acobertar-- da sede do Comitê Nacional do Partido Democrata no complexo de prédios de Watergate, em 17 de junho de 1972, na capital americana.
Nixon foi o único presidente americano a renunciar ao cargo.
Carl Bernstein e Bob Woodward, que revelaram o caso quando eram repórteres do jornal The Washington Post, chamaram Watergate de cruzamento do que consideram as cinco guerras de Nixon, em um editorial publicado no sábado pelo mesmo jornal.
"Durante sua presidência de cinco anos e meio, que começou em 1969, Nixon empreendeu e dirigiu cinco guerras sucessivas e contíguas: contra o movimento de oposição à guerra do Vietnã, os meios de informação, os democratas, o sistema de justiça e, finalmente, contra a própria história", afirmam.
"Todas elas refletem uma mentalidade e um padrão de conduta que são exclusivas e dominantes em Nixon: o desejo de evadir a lei para obter vantagens políticas, assim como a busca de segredos e aspectos negativos sobre seus oponentes como um fundamento da organização de sua presidência", afirmam os autores.
Nixon foi em muitos aspectos pior do que Bernstein e Woodward pensaram, apesar disto não ter sido revelado publicamente na época de Watergate, destacaram os repórteres.
"Muitos antes da explosão de Watergate, a espionagem, as invasões, as intervenções nas linhas telefônicas e a sabotagem política já haviam se transformado em um estilo de vida na presidência de Nixon", completaram.
Muitos mitos e detalhes incorretos sobre a responsabilidade de Nixon na invasão do Comitê Nacional do Partido Democrata e sobre acobertar o ato surgiram nos últimos anos, garantem Bernstein e Woodward.
"Um deles tem persistido, praticamente sem sofrer alterações: a ideia de que acobertar foi pior do que o crime em si. Esta ideia minimiza o escândalo e o alcance das ações criminais de Nixon", afirmam os dois jornalistas.
*esquerdopata

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