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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, novembro 21, 2012

Lula recebe prêmio e se encontra com o primeiro-ministro da Índia

Lula desembarca em Nova Déli, na Índia Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula Lula desembarca em Nova Déli, na Índia
Na última etapa de sua viagem, o ex-presidente recebe amanhã o prêmio Indira Gandhi
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chegou nesta quarta-feira (21) à Índia.  Lula receberá amanhã, no Palácio Presidencial Rashtrapati Bhavan, o prêmio Indira Gandhi Pela Paz, Desarmamento e Desenvolvimento 2010. A cerimônia de entrega estava prevista para acontecer no dia 22 de novembro de 2011, mas o ex-presidente cancelou a viagem no final do ano passado para tratar do câncer que havia recém descoberto em sua garganta. Recuperado da doença Lula foi convidado pelo governo indiano para, no mesmo dia 22 de novembro, porém um ano depois, visitar a Índia para receber oficialmente o prêmio.
Depois da cerimônia de premiação, Lula será recebido em um almoço oferecido pelo primeiro-ministro Manmohan Singh.
Na sexta-feira, Lula fará uma palestra para empresários pela manhã e uma conferência, às 18h, no Nehru Memorial Lecture, em homenagem à Jawaharial Nehru, considerado o fundador do estado democrático indiano.
O ex-presidente retorna ao Brasil neste fim-de-semana.
* InstitutoLula

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