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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, março 27, 2013

O governo dos EUA não está honrando seus compromissos com seus ex-soldados


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População inválida de soldados americanos subiu em quase 45% desde 2000 (Reprodução/Eyevine)
GUERREIROS FERIDOS

Veteranos de combate americanos procuram ajuda

O governo dos EUA não está honrando seus compromissos com seus ex-soldados

fonte | A A A
Diz-se que nenhum soldado sai ileso de uma guerra. As bombas que estilhaçam ossos também comprometem os cérebros. Mesmo na periferia, a guerra aflige os homens com juntas doloridas, zumbidos no ouvido e danos psicológicos. Imagine-se, portanto, o dano humano engendrado por mais de uma década de batalha.
Os EUA não precisam imaginar. Agora, um número recorde de seus guerreiros feridos procuram ajuda. Cerca de um 1,6 milhão de soldados que serviram no Iraque e no Afeganistão requisitaram benefícios por invalidez do governo. (Apenas 21% entraram com pedidos semelhantes após a primeira Guerra do Golfo, de acordo com estimativas.) Com veteranos idosos de conflitos mais antigos também requisitando mais auxílio, a população inválida de servidores americanos subiu em quase 45% desde 2000.
Alguns deles podem estar reagindo a uma economia ruim, ou então estão aprendendo a ter acesso aos benefícios com mais argúcia. Mas os pedidos de invalidez também aumentaram graças a desenvolvimentos positivos. Avanços na medicina do campo de batalha significam que mais soldados feridos sobrevivem. Problemas de saúde mental outrora desconsiderados agora são tratados com seriedade. E o Departamento de Assuntos dos Veteranos (VA, na sigla em inglês) expandiu o acesso a benefícios para soldados mais velhos expostos ao agente laranja no Vietnã ou que sofrem com a síndrome da Guerra do Golfo, ao mesmo tempo em que afrouxou os requerimentos para a classificação da síndrome de estresse pós-traumático.
Mas o sistema responsável por prestar assistência a esses homens e mulheres à medida que se readaptam a vida civil está assoberbado. Quase 1 milhão de veteranos estão na fila. Em média o VA leva cerca de 9 meses para processar um pedido. Em algumas cidades grandes o atraso pode chegar a 600 dias. Até mesmo o SEAL da marinha que disparou o tiro que matou Osama Bin Laden está esperando seu pedido ser processado.
*opiniãi e notícia
*Nina

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