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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, março 27, 2013

Países dos Brics anunciam banco de desenvolvimento próprio


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Ministros das Finanças dos países dos Brics (Fonte: Reprodução/Divulgação)
ACORDO

Países dos Brics anunciam banco de desenvolvimento próprio

Acredita-se que o novo banco seja dotado de um capital inicial de US$ 50 bilhões

fonte | A A A
Os países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) chegaram a um acordo nesta terça-feira, 26, em Durban, na África do Sul, para criar um banco de desenvolvimento próprio destinado a financiar infraestruturas.
O banco de desenvolvimento próprio deve atuar como uma espécie de Banco Mundial. Os detalhes, no entanto, só devem ser anunciados nesta quarta-feira, 27, pelos chefes de Estado e de governo dos cinco países que integram o grupo.
Ainda não se sabe, por exemplo, qual será o valor da contribuição de cada país. O ministro russo das Finanças, Anton Silaunov, disse que as discussões serão mantidas durante o G20 de São Petersburgo, em setembro.

Fundo comum

Acredita-se que o novo banco seja dotado de um capital inicial de US$ 50 bilhões. Além da criação do banco de desenvolvimento próprio, os Brics também podem criar um fundo comum de US$ 100 bilhões para socorro mútuo em caso de choque conjuntural. A informação foi divulgada pelo presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini.
Os líderes dos Brics também discutem as criações de uma agência de classificação de risco, de um mecanismo de resseguros, de um conselho de empreendedores e de uma instituição de classificação de universidades.
*Nina

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