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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, março 22, 2013

Yoani Sánchez desmoraliza cineasta brasileiro que a trouxe ao Brasil


Yoani desmoraliza cineasta brasileiro
por Altamiro Borges

A visita da dissidente cubana Yoani Sánchez ao Brasil, no mês passado, teve como justificativa o lançamento do filme “Conexão Cuba-Honduras”, do cineasta Dado Galvão, ativo colaborador do Instituto Millenium. Ela virou estrela da mídia colonizada, foi ciceroneada pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), teve como guarda-costas o fascistóide Jair Bolsonaro (PP-RJ), recebeu beijos dos demotucanos, paralisou uma sessão ordinária da Câmara Federal e até pediu “ajuda” ao mineiro Aécio Neves, o cambaleante presidenciável do PSDB.

Agora, porém, surgem novos detalhes sobre a turnê mundial da bajulada “blogueira” cubana. Poderosas empresas, como a Telefônica da Espanha, ligada à seita Opus Dei, aparecem como financiadoras da sua viagem. ONGs manietadas pelo governo dos EUA também ajudam a pagar sua conta. Grupos vinculados à máfia cubana de Miami recebem a dissidente em vários países. O mais curioso, porém, foi a recepção a Yoani Sánchez nos EUA nesta semana. Uma notória apoiadora do golpe em Honduras esteve sempre ao seu lado.

O atento blogueiro cubano Iroel Sánchez registrou o fato inusitado no seu blog “La Pupila Insomne”. Irônico, ele mandou um recado ao cineasta brasileiro Dado Galvão. Reproduzo abaixo seu texto e fico no aguardo da resposta do colaborador do Instituto Millenium, o antro que reúne os barões da mídia nativa.

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Enviar, por favor, a @DadoGalvao

O cineasta brasileiro Dado Galvão fez um documentário intitulado Conexão Cuba Honduras.

A obra de Galvão faz uma polêmica entre a liberdade de expressão em Cuba – centralizada na blogueira Yoani Sánchez – e a situação vivida pelos jornalistas em Honduras após o golpe de estado protagonizado por Roberto Micheletti.

Como é conhecido, uma das figuras que mais apoiou Micheletti e as suas atrocidades foi a congressista cubano-americana Ileana Ros-Lehtienen, do partido Republicano. Na ocasião, ela era a presidenta do Comitê de Relações Exteriores da Câmara de Representantes dos Estados Unidos.

Gostaria de saber o que pensa agora o senhor Galvão, quando vê a sua protagonista junto à mesma pessoa que viajou explicitamente a Honduras para apoiar o golpe de Micheletti, enquanto os jornalistas hondurenhos eram reprimidos e assassinados.

*Opensadordaaldeia

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