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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, abril 30, 2013

Desemprego na zona euro bate novo recorde


É esse modelo econômico que o PIG defende para o Brasil...



O Eurostat divulgou as estatísticas do desemprego de março, que apontam para 19,2 milhões de desempregados nos 17 países da zona euro. A taxa de 12,1% é a maior desde a introdução da moeda única e tem vindo sempre a subir nos últimos dois anos.

A recessão e a austeridade continuam a aumentar o número de trabalhadores sem emprego na Europa. No conjunto dos 27 países da União Europeia, o Eurostat aponta para 26,5 milhões de desempregados, com uma taxa de 10,9%. A Grécia (com 27% de desempregados) e a Espanha (com 26,9%) lideram a lista deste organismo europeu de estatísticas, seguindo-se Portugal, com uma taxa de 17,3%, inalterada desde fevereiro mas 2,2% superior à registada no mesmo mês do ano passado.
Os números para Portugal revelam ainda o aumento do desemprego jovem em março, com a taxa a subir duas décimas num mês, para os 38,5%. Apenas a Grécia Grécia (59,1% em Janeiro), Espanha (55,9%) e Itália (38,4%) têm mais desemprego jovem que o nosso país. No conjunto da zona euro esta taxa é de 24%, um pouco acima da média dos 27 países da UE, que é de 23,4%. O Eurostat usa um método comum aos 27 países para que os valores possam ser comparados, pelo que os valores apresentados podem não coincidir com os que são divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística.
A evolução do desemprego no último ano tem sido de agravamento na zona euro, passando de 11% em março de 2012 para 12,1% no mês passado. No mesmo período, segundo os cálculos do Eurostat, o desemprego em Portugal subiu de 15,1% para 17,5%, a maior subida a seguir à Grécia, Chipre e Espanha.
Quem não acompanha esta subida generalizada do desemprego é a Alemanha, que manteve a sua taxa nos 6,9%, próxima do valor mínimo atingido desde a reunificação do país em 1990.

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