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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, abril 23, 2013


O secretário de Comunicação da Prefeitura de São Luís, Márcio Jerry, passou o dia de ontem sendo questionado por jornalistas e militantes políticos sobre sua participação nos eventos com a presença do ex-presidente do PT, José Dirceu, em São Luís.

Jerry preside em São Luís o PCdoB, partido da base do governo Dilma Rousseff (PT), e que deu sustentação à visita de Joé Dirceu em todos os estados.

Mas suspeitava-se ter partido de Jerry – uma espécie de controlador-geral do prefeito – a orientação para que Edivaldo Holanda Júnior (PTC) inventasse uma agenda fora de São Luís para evitar contato com o petista, apontado como chefão do Mensalão.

Márcio Jerry é o último à esquerda
Aos questionamentos, Márcio Jerry respondeu assim: - Não costumo abandonar um aliado.

E lá estava Márcio Jerry, à noite, ao lado de petistas, comunistas e peemedebistas confraternizando com aquele que o prefeito teve medo de receber.

Mas há uma diferença entre Márcio e Holandinha.

Forjado nas lutas estudantis, com viés de esquerda, Márcio Jerry sempre militou neste campo da política, embora tenha perdido alguns de seus valores nas disputas por poder político.

Holandinha não.

O prefeito é filho legítimo da mais conservadora, reacionária e contrarrevolucionária cultura política brasileira.

A mesma que – escorada pela imprensa paulista-quatrocentona-e-antinordestina – criou o escândalo do Mensalão para imepdir a ascensão do mais legítimo sucessor de Luiz Inácio Lula da Silva no comando do país.

Márcio Jerry sabe disso, embora prefira hoje calar-se diante das circunstância. Sabe que Dirceu foi vítima da mesma elite quatrocentona e do mesmo conservadorismo a que o prefeito pertence.

Holandinha não sabe por que não tem como saber.

E não tem como saber por que não viveu a essência da luta política.

É simples assim…


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