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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, dezembro 30, 2013

Desembargador é acusado de humilhar garçom em padaria em Natal/RN

Jacson Damasceno

Dilermando Mota
Desembargador acabou batendo boca com outro cliente, que se revoltou com a situação
Não se fala em outra coisa nesta cidade de Deus.
O desembargador Dilermando Mota está sendo acusado de destratar e humilhar um garçom da padaria Mercatto, em Lagoa Nova, na manhã de hoje. Dois vídeos já se espalharam pelo diabo do whatsapp.
Nas gravações o desembargador bate boca com um outro cliente da padaria, que teria se revoltado com a forma com a qual o garçom foi tratado. O negócio pega fogo e o cliente estava absolutamente revoltado com a atitude do magistrado.
O garçom teria respondido à agressão de Dilermando, que lhe deu voz de prisão e chegou a mobilizar quatro viaturas da PM. O garçom só não foi preso porque os frequentadores da padaria não permitiram. Eu costumo tomar café na Mercatto e adoro o atendimento de lá. Já virei até amigo da meninada, que sempre mandam uma listinha de “alôs” pro Papinha dar no ar. Minha solidariedade a todos eles.
Se isso tudo for verdade, não é a primeira vez, nem a última em Natal. Conheço juízes que são de uma gentileza e uma simplicidade franciscanas, como José Dantas, Henrique Baltazar e Maria Rita Manzarra. Mas também já soube de histórias de uns “pedaço de cavalo” que há aqui no RN, que envergonham a galera das togas. É um tal de “eu mando lhe prender” que gritam por aí a atendentes, secretárias, balconistas, que não está no gibi. Gente fuleira. Nojo.
Logo abaixo, um dos vídeos feitos na ocasião, e que circulam no zap-zap.
*Juarez

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