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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, dezembro 22, 2013

Uruguai oferece ao Paraguai saída ao oceano com futuro porto


Via Exame
Oferta foi feita pelo ministro de Transporte e Obras Públicas do Uruguai, Enrique Pintado, em reunião em Assunção com seu colega paraguaio, Ramón Jiménez

Oceano Atlântico
Oceano Atlântico: Paraguai e Bolívia são os dois únicos países da América do Sul sem litoral
Assunção - O Uruguai ofereceu nesta quinta-feira ao Paraguai uma nova saída ao oceanoAtlântico com a utilização do porto de águas profundas que construirá em Rocha, no leste do país e na fronteira com o Brasil.

A oferta foi feita pelo ministro de Transporte e Obras Públicas do Uruguai, Enrique Pintado, em reunião realizada em Assunção com seu colega paraguaio, Ramón Jiménez.

"Estivemos analisando com o ministro o que poderia ser o cenário a curto e médio prazos para o Paraguai com a habilitação do novo porto em águas profundas", disse Pintado.
No encontro também foram analisadas as melhorias e facilidades oferecidas ao Paraguai pelos portos uruguaios de Montevidéu e Nueva Palmira, por onde sai 36% da soja paraguaia.
Pintado estará nesta sexta-feira na Bolívia com o objetivo, segundo o comunicado, de "facilitar o comércio entre os países através de uma saída mais direta pelo Atlântico". Paraguai e Bolívia são os dois únicos países da América do Sul sem litoral.
As autoridades uruguaias devem oficializar a obra do porto de águas profundas em 2014. A construção será iniciada ainda durante o mandato do presidente José Mujica, que vai até 1º de março de 2015. O cronograma oficial estima que a obra terá um custo inicial de US$ 1 bilhão.
*GilsonSampaio

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