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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, abril 23, 2014

...UAU!... e se vc gostasse de menstruar???...
O Sangue a Mândala Menstrual
Por Priscila Freixinho in http://blogueirasdesling.wordpress.com/2014/04/19/o-sangue-e-a-mandala-menstrual/
E se você gostasse da menstruar? E se seu sangue fosse entendido e vivido como um líquido normal, necessário e sagrado?
O intuito aqui é que possamos entender o nosso corpo e ter uma visão de resgate e empoderamento das diversas fases que vivemos em um Ciclo Menstrual. Num espaço de 28 dias vivemos uma mistura de Recolhimento, Sexualidade, Intuição e Atividade. Os processos, às vezes, são vividos com dores, incômodos e desconforto, mas também podem ser vividos com alegria, gratidão e plenitude, pois a sua menstruação, sexo, gestação, parto, amamentação e menopausa, fazem parte da sua sexualidade.
Como seres humanos, possuímos o dom de sentir a armazenar as energias das pessoas que nos rodeiam. Inconscientemente registramos e armazenamos isso em nosso corpo e muitas vezes temos uma sobrecarga negativa, que pode resultar em doenças e mal estares. Nisso quase todos nós acreditamos.
A linguagem corporal (relatada e estudada pelo filósofo Wilhelm Reich) nós diz que essas emoções são guardadas em determinadas partes do nosso corpo. No caso de Endometriose e Ovários Policísticos, a Psicossomática indica que talvez possam estar associados à tensão, estresse, necessidade de controle, ressentimentos, mágoa e extrema insegurança.
Nós mulheres podemos nos desfazer dessas emoções todos os meses, pelo útero que se esvazia na menstruação. Nossa menstruação limpa emoções negativas como medos, tristezas, angustias, traumas e inseguranças. É por isso que muitas vezes sofremos de uma TPM exaustiva e dolorosa. O corpo nos mostra esses sentimentos guardados e revela nosso lado mais sombrio.
Fiz uma pesquisa na minha Time Line, do Facebook, perguntando às mulheres se elas estão a vontade com sua menstruação, se gostam de menstruar e o que isso significa pra elas. As respostas foram o reflexo do que pensam as mulheres contemporâneas. TPM, com cólicas e incômodos, nojo do sangue e do cheiro, oscilações de humor e quase nenhum conforto com o próprio corpo. Mas outras vivem essa fase como uma purificação e entrega à própria sexualidade. Clique aqui e leia os depoimentos na íntegra, você poderá se identificar com eles.
A Mandala Menstrual
O Ciclo Menstrual é composto de 28 dias e dividido em 04 fases, que possuem 07 dias cada. Já sabemos bem o que ocorre em nossos corpos (biologicamente falando), mas e emocionalmente? Muitas vezes isso é um mistério até pra nós mesmas. Para nos ajudar a compreender esse carrossel de emoções existe a Mandala Menstrual.
A Mandala é uma palavra Sanscrita, que significa círculo.Considerada como um ponto de concentração energética, acreditamos no seu poder de círculo mágico. Ela simboliza a Totalidade, Integração e Harmonia. Por isso Mandala Menstrual, é a representação do Círculo Mágico Menstrual em sua totalidade, integral e harmônico.
É uma prática simples que dividirá seu ciclo em 04 fases. Cada fase é denominada por um nome que representa uma faceta feminina usada durante os séculos e uma estação do ano correspondente. Isso nos ajudará a entender melhor nosso ciclo e nosso humor alternante, claro, com as variações concernentes a cada personalidade.
MANDALA MENSTRUAL
Primeira fase: A Bruxa
Do 1 ao 7 dia do ciclo menstrual
Estação Emocional: Inverno

Essa é a fase em que estamos menstruadas, inicia-se no primeiro dia de menstruação. Diretamente ligadas com a terra, vertemos nosso sangue como prova de entrega dos nossos sentimentos. Estamos mais sábias e através da liberação do nosso sangue e da nossa quietude. Estamos mais lentas e em contato com um poder mais profundo. Mais arrumadeiras e querendo colocar tudo à nossa volta em ordem, dessa forma enquanto organizamos o externo, organizamos também o interno.
Nessa etapa, onde estiver nossa vulnerabilidade, ali estará o nosso poder. Aproveitemos para abrir caminhos para Deusa que existe em nós. Deixar que ela conduza a nossa vida e assim nutriremos todos à nossa volta. Essa Deusa secreta é todo o nosso feminino, emoções, amor próprio e autoestima.
Mantra para esse período: “Eu recupero o meu poder”.
Segunda Fase: A Donzela
Do 7 ao 14 dia do Ciclo Menstrual
Estação Emocional: Primavera

É um novo começo, uma menina nascendo com toda a inocência e vitalidade. Iniciamos novos planos e ações por meio do entusiasmo, manifestando nossos sonhos e juventude. Ficamos mais produtivas, com grande energia física e velocidade. Mas estamos mais imaturas e sem grande profundidade. Mais leves e sociais, por escolha natural, nos vestimos com roupas mais claras. Nessa fase nossa produção de Estrogênio aumenta, influenciando as atividades do lado esquerdo do cérebro, melhorando nosso pensamento lógico e poder verbal.
Mantra para esse período:” Uso a leveza para me reconectar com minha inocência e alegria de viver.”
Terceira fase: A Mãe
Do 14 dia ao 21 dia do ciclo menstrual
Estação Emocional: Verão

Estamos ovulando e o óvulo é a marca da Maturidade, assim como o verão é o auge do sol. Nosso desejo sexual está maior e usamos roupas mais sensuais.
Aproveitemos para fluir bem, embaladas pelos braços da mãe terra. Estamos mais amorosas e com mais empatia em relação ao mundo. Através da compaixão, entendemos e nutrimos nossa troca de energia com as pessoas e com o planeta. Precisamos ficar atentas para não sofrer com o mundo ou se desequilibrar com o sofrimento alheio.
Mantra para esse período: “Eu me rendo a todo o amor que engloba”
Quarta fase: A Anciã
Do dia 21 ao dia 28 do ciclo menstrual
Estação Emocional: Outono

A mulher Selvagem. Agimos com Paixão e ações diretas. Nossa Anciã interna nos entrega todo o conhecimento da vida.
A fecundação não ocorreu, o óvulo morreu e não serve mais ao propósito da vida. Essa energia fica destrutiva se você não souber usá-la. Ela precisa ser destinada. As atividades artísticas são bem vindas para liberar as emoções. As físicas para liberar a energia.

A função de reprodução não aconteceu, o corpo se dá conta de que algo tem que morrer, para outra coisa nascer, o corpo enfrenta a morte. Emocionalmente você quer também eliminar da sua vida o que não mais te serve. Ficamos mais críticas, detalhistas e temos preferências naturais por roupas escuras. Falta paciência e o nosso crítico interno fica mais exigente, por consequência, também ficamos mais exigentes. Apesar disso é uma fase extremamente erótica (não sexual).
Nessa fase estamos com o hemisfério direito do cérebro em extrema atividade, estamos com a simpatia inibida e pouca extroversão.
Muitas mulheres tem TPM, o útero é uma ótima forma do corpo mostrar que velhos padrões, situações e pensamentos não servem mais. Como estamos introvertidas podemos aproveitar para nos avaliarmos e entender o que está nos incomodando ou irritando Ouça com cuidado os informes da sua sexualidade, ela é ancestral e funcional.
Mantra para esse período: “Eu uso a minha espada da verdade para cortar a ilusão, através da libertação.”
Aceitando a sua Menstruação
Se você aceitar a sua Menstruação e entender seu Ciclo Menstrual poderá compreender sentimentos que estão atados a este ciclo. Você mesma poderá resolver traumas psicológicos e se conhecer profundamente, ganhando auto estima e confiança. Dessa forma se amenizam os problemas da TPM. Pense pelo lado químico, os sintomas da sua TPM são ditados por estímulos hormonais, se suas emoções estão balanceadas seus hormônios também estarão. Um influencia o outro, concomitantemente.
Se você tem TPM tente ver o que esta à sua frente. Mesmo estando fragilizada, enquanto estiver menstruada, você estará com a sua intuição e seu poder de auto cura mais eficaz. Nessa etapa seu hemisfério cerebral direito está potente, e você está como um bicho, cheia de instinto e muito intuitiva. Veja o que seu corpo mostra durante a TPM, se recolha e tente enxergar as suas próprias sombras.
Caso a sua menstruação esteja desregulada tente entrar em conexão com você mesma. Perceba mais seu mundo interior, isso lhe permitirá se exprimir com liberdade e sem julgamentos interiores. Faça o caminho inverso do que possivelmente está acostumada. Fique mais sozinha, reflita sobre a sua vida, tome um banho delicioso, ouça o que o seu coração te fala. Escute suas músicas preferidas e dance, coma uma fruta que goste observe os sentimentos que tudo isso lhe desperta. Geralmente ciclos desregulados tem a ver com falta de conexão com você mesma. Talvez você esteja mais conectada com o exterior, trabalho, filhos, relacionamento ou dinheiro, do que com o que você realmente quer e precisa viver.
Um olhar social sobre a Menstruação
Quando estamos menstruadas, entramos em contato direto com a sacralidade dentro de nós, o sangue nos trás esse poder, como forma de representação. Sangramos todos os meses e não morremos, gestamos, parimos nossos filhos e ainda produzimos seu alimento ideal. Nosso sangue representa todo esse processo místico e divino. Todas as nossas emoções e a simbologia do nosso Ciclo Reprodutivo estão representadas no sangue menstrual.
Apesar do sangue ser um processo biológico do seu corpo, a sociedade, desde os tempos remotos, criou toda uma situação pejorativa em torno da sua Menstruação. Essa situação pejorativa acaba sendo muito mais importante do que a Menstruação em si e influencia diretamente o seu modo de sentir e ver seu corpo funcionar.
Este significado criado foi negativo. A mulher,quando menstruada, fica apartada da sociedade. Se sente excluída e inconveniente, com seu sangue que a envergonha. Ela se sente ameaçada por não se encaixar nos padrões limpos da sociedade. Entendam que, nesse caso, a sujeira é a expressão da nossa sexualidade. Basta lembrarmos os comerciais de absorventes… aff.
Tudo o que temos depõe contra o nosso Sagrado Feminino e nos impede claramente de ver, com orgulho, a nossa feminilidade. Acabamos por ignorar nossa feminilidade, e suas características, e não nos envolvemos com amor nos nossos ciclos. Mas podemos viver a plenitude de nossos corpos aceitando nossa Menstruação, assim como gestação, parto, amamentação, sexo e menopausa.
Essa ideia concebida de forma negativa sobre a menstruação, há 5.000 anos, tornou-se uma afirmativa que atravessou os tempos. Essa afirmativa tornou-se uma crença que afeta a nossa experiência e nosso funcionamento químico. Nossa cultura atua diretamente sobre a nossa vivência corporal.
Se essa vivência for positiva você se sentirá inserida no contexto social em que vive, fará parte dessa sociedade como agente da transformação que ocorre dentro do seu corpo. Podendo exercer a sua sexualidade plena e segura.
De qualquer forma a mulher menstruada cria um elo com a sua sacralidade e vai potencializar essa vivência de forma positiva ou negativa.
Se criarmos um novo significado para o nosso Ciclo Menstrual, vamos fazer com que os antigos significados recuem e se recolham para o poço mais profundo da nossa psique, e formaremos um novo inconsciente coletivo, honrando e respeitando o sangue que escorre por nossas pernas.
*IsisCastro

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