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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, abril 22, 2014

 22 de Abril, Nasce Lênin, a Águia das Montanhas!




'Lênin foi um revolucionário russo e um dos principais personagens da Revolução Russa de 1917. Como líder do Partido Comunista, sua ideologia influenciou pessoas em todo o mundo'. A seguir, o texto de Antonio Gasparetto, sobre este ilustre personagem da história da humanidade!

Vladimir Ilyitch Ulianov nasceu em Simbirsk, na Rússia, no dia 22 de abril de 1870. Entre os seis filhos da família, o jovem se tornou conhecido como Lênin. Desde adolescente teve contato com ideologias políticas, especialmente por causa da influência de seu irmão Alexandre Uilánov. Este, aos 21 anos fazia parte de um grupo de estudantes niilistas em São Petersburgo. O irmão de Lênin integrou um grupo de extrema esquerda chamado Pervomartovtsi, o qual foi responsável pela tentativa de assassinato do czar Alexandre III. Uilánov foi preso juntamente com o restante do grupo, sendo condenado à morte em 1887, quando Lênin tinha apenas 17 anos. O ocorrido deixou Lênin muito impressionado e convencido de que o anarquismo não oferecia a melhor alternativa para se derrubar o czarismo na Rússia.

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No mesmo ano da morte do irmão, Lênin começou a alterar o destino de sua vida. Em 1887 mudou-se para Kazan, onde foi cursar a faculdade de Direito. No decorrer dos estudos que o jovem Lênin teve contato com as ideologias que realmente marcariam suas ações futuras. E, principalmente, tornou-se um marxista. Após se formar, Lênin dedicou-se ao estudo dos problemas econômicos da Rússia, tendo como base orientadora os escritos de Marx e Engels.

Lênin consolidou sua ideologia, acreditando e seguindo o marxismo, e passou a combater os populistas. Seu retorno definitivo e triunfal para Rússia ainda demoraria muito tempo para acontecer. Após formado, passou um tempo na Suíça, em 1895, onde fez contato com exilados russos, dentre os quais estava Plekanov. Quando voltou para Rússia, com a intenção de dar vida ao Partido Social Democrata Russo, acabou sendo preso e exilado na Sibéria, local onde permaneceu por três longos anos.

Ainda assim, em congresso do Partido Social Democrata Russo, a corrente da qual Lênin fazia parte conseguiu se impor graças a uma pequena maioria. Em 1905 eclodiu uma revolução na Rússia, sem liderança definida ou objetivos bem claros, mas que serviu para abalar a sustentação do czarismo no país e fragmentar o prestígio do então czar Nicolau II. Nesta ocasião, o partido de Lênin entrou em desacordo sobre as posturas que deveriam ser tomadas no movimento revolucionário e acabou se sucedendo um racha. A corrente interna que contava com a participação de Lênin ficou caracterizada por acreditar que as mudanças na Rússia deveriam acontecer através da ação revolucionária, dando origem ao Partido Bolchevique, de cunho mais radical. Já a oposição acreditava que o processo deveria ser mais moderado e contando com a atuação da burguesia, o que deu origem ao Partido Menchevique.

Após a Revolução Russa de 1905, Lênin teve que fugir novamente da Rússia, já que o czar Nicolau II se aproveitou da fragmentação dos reformadores para reafirmar seu poder na Rússia. A partir de 1909 Lênin fica fora da Rússia por mais cinco anos, vivendo na Europa Ocidental.

Alguns anos mais tarde, em 1917, a inconformidade com o czarismo se acentuou na Rússia e o processo revolucionário tomou rumos mais organizados para efetivação. Em fevereiro do mesmo ano, o Partido Menchevique começou a implementar medidas que causariam a mudança da tradicional estrutura do país. Entretanto, o grupo mais radical não estava satisfeito com alterações, queria mais radicalização e impactantes mudanças na Rússia. Essa era a postura do Partido Bolchevique, liderado por Lênin. Em outubro de 1917, os bolcheviques assumiram o controle da revolução e o poder russo. Lênin foi eleito presidente do Conselho dos Comissários do Povo, combateu com voracidade os adversários do povo. Em meio ao processo revolucionário, o czar Nicolau II foi punido com a morte.

Em alguns momentos, Lênin utilizou de mecanismos da economia de mercado, mas era ação integrante de sua política comunista na Rússia que influenciou o restante do mundo, mesmo que fosse necessário “recuar um passo para avançar dois”, como costumava dizer. Lênin participou da fundação da União Soviética e criou uma corrente teórica chamada leninismo que influenciou partidos comunistas em todos os lugares.

No mesmo ano da criação da União Soviética, 1922, Lênin contraiu uma doença que o levaria à morte em 21 de Janeiro de 1924. Seu corpo foi embalsamado e permanece até hoje exposto em seu mausoléu na Praça Vermelha, em Moscou.

- Antonio Gasparetto Junior
*vermelho a esquerda 

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