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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, junho 20, 2014

Com Mais Médicos, encaminhamentos para hospitais em São Paulo reduzem 70%


mais medicos


Estado ganhou 2.187 profissionais que atendem a 7,5 milhões de pessoas. Segundo ministro da Saúde, prioridade agora será melhorar a infraestrutura e aumentar vagas nos cursos de medicina
Por Sarah Fernandes, na RBA
Com o programa Mais Médicos, o estado de São Paulo registrou uma redução de 70% nos encaminhamentos para hospitais entre janeiro do ano passado e janeiro deste ano, em decorrência do melhor atendimento na atenção primária que, segundo especialistas, tem o potencial de tratar pelo menos 80% das doenças. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, que participou hoje (16) de um seminário sobre o tema em Santos, (SP), afirmou que a prioridade será melhorar a infraestrutura dos equipamentos de saúde e aumentar o número de vagas dos cursos de medicina no país.
O estado de São Paulo recebeu 2.187 médicos da atenção básica em 345 municípios pelo programa federal Mais Médicos, que garantem atendimento para 7,5 milhões de paulistas, segundo o Ministério da Saúde. O total de agendamentos de consultas aumentou 5,7%. O número de atendimentos em saúde mental teve crescimento de 15,1% e de pacientes com diabetes de 12,9%.
No Brasil, o número geral de consultas na atenção básica cresceu 35% entre janeiro de 2013 e janeiro de 2014. O destaque do Ministério da Saúde foi para os atendimentos de pacientes com diabetes, que aumentaram 45%. Além disso, as consultas aos pacientes com hipertensão arterial tiveram crescimento de 5% no mesmo período e o número de pré-natais realizados aumentou em 11%. Os encaminhamentos para hospitais diminuíram 20% em todo o país.
“Nós consideramos consolidada a fase de trazer novos médicos. Agora, estamos investindo para melhorar o atendimento à população. Estamos trabalhando em dois outros eixos do Mais Médicos: melhorar a infraestrutura, ou seja, transformar os antigos postinhos em unidades básicas de muita qualidade e, ao mesmo tempo, investir na ampliação do número de vagas em medicina, tanto na ampliação nas faculdades já existentes quanto na possibilidade de abrir novos cursos”, disse o ministro, durante o evento.
Segundo Chioro, o Ministério da Saúde negocia com o Ministério da Educação (MEC) a possibilidade de abrir novos cursos de medicina em Cubatão e no Guarujá (ambos em SP). Na última quarta-feira (11), o MEC autorizou a abertura de dois cursos de medicina em instituições privadas, totalizando 120 vagas. Serão 60 na Faculdade Ubaense Ozanam Coelho, em Minas Gerais, e 60 nas Faculdades Integradas de Patos, na Paraíba.
Em maio deste ano, foi autorizada a abertura de oito novos cursos de medicina em universidades federais de cidades do interior do país, em um total de 420 vagas. Em janeiro, o Ministério da Educação tinha autorizado a abertura de 1.340 vagas anuais em cursos de medicina e, em dezembro de 2013, o órgão autorizou a abertura de 560 vagas para cursos de medicina de universidades federais.
A meta prevista do Mais Médicos é abrir 11.447 vagas em instituições públicas e privadas até 2017. “Nós precisamos trazer médico emergencialmente, mas precisamos pensar também a médio e a longo prazo num equilíbrio entre o número de médicos existentes e aqueles necessários para atender nossa população”, comentou o ministro.
Atualmente, os 9.501 médicos que integram o programa estão distribuídos em 3.101 cidades e 32 distritos indígenas. Com esse total, o programa atinge a quase 33 milhões de brasileiros e contempla mais de 70% da demanda por médicos apontada pelos municípios. Mais de 14 mil profissionais atuam em cerca de 4 mil cidades, superando a meta prevista pelo Ministério da Saúde. A maioria (75%) dos médicos está em regiões de grande vulnerabilidade social, como o semiárido nordestino, periferia de grandes centros, municípios com IDHM baixo ou muito baixo e regiões com população quilombola, entre outros critérios de vulnerabilidade.
*Forum

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