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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, junho 28, 2014


Jornal Nacional culpa estrangeiros por pessimismo sobre Copa



Um grande amigo me pergunta:
- Viu o Jornal Nacional?
- Eu não,  estava com um pouco de azia, não quis piorar.
(Foto: Reprodução)
(Foto: Reprodução)
- Que nada, você ia era desopilar o fígado de tanto dar risada…
- Por que?
- O que? Autocrítica dos camaradas William Bonner e Patrícia Poeta?
- Agora é você que tá de brincadeira, né? Desde quando a Globo disse isso, cara? Nem ela, nem a imprensa brasileira, segundo o Bonner.
- Não?
- Não, ele esclarece que a s reportagens não eram negativas, mas eram “ uma preocupação generalizada com as consequências dos atrasos, das obras não-concluídas.”
- Sei…
- E quem estava sendo “especialmente ácida” era a imprensa estrangeira…
- Ah, bom…
- E aí mostraram as revistas e os jornais estrangeiros dando o braço a torcer e confessando que a Copa era um sucesso…
- Malditos gringos, né? Devem ser todos comunistas…
-  Mais ou menos isso, derrubaram um por um com o que diziam antes e o que dizem agora…
- E na mídia brasileira,nada…
- Nada, nem aquela capa da Veja dizendo que os estádios só estariam prontos em 2038.
- Nem é claro, o editorial de O Globo agorinha, em maio, dizendo que “o jogo” da Copa estava “perdido”…
- Isso deve ser ilusão sua rapaz, a Globo sempre disse que a Copa ia ser um sucesso…Até mandou a turma dela, na área VIP, aplaudir a Dilma…
- É?
- Claro que é. Já sei de onde vem sua azia…
- ?
- Você está bebendo pouco, rapaz.  Vê se toma juízo e umas biritas também.
E desligou…
Escrito por: Redação

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