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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, agosto 09, 2012

As guarras do império terrorista: Franco afirma que Paraguai deixará de ceder energia a Brasil e Argentina

Via Ópera Mundi
Novo presidente paraguaio não citou que o governo deposto de Lugo conseguiu triplicar o montante do valor pago pelo Brasil pela eletricidade
O novo presidente do Paraguai Frederico Franco afirmou nesta quarta-feira (08/08) que não pretende mais “ceder” energia ao Brasil e Argentina, com os quais compartilha a operação das hidrelétricas de Itaipu e Yacyretá, respectivamente. Segundo Franco, seu governo pretende levar adiante uma política que estimule o uso dessa energia dentro do próprio país.
"A decisão do governo é clara: não estamos mais dispostos a seguir cedendo nossa energia. E prestem bem atenção que uso a palavra ceder. Porque o que estamos fazendo é ceder ao Brasil e à Argentina, nem sequer estamos vendendo", disse ele, em discurso publicado na página da Presidência paraguaia. Na ocasião, Franco apresentou um anteprojeto de lei de política energética.
Agência Efe
O novo presidente paraguaio afirmou que o país não cederá energia ao Brasil
O Paraguai fornece a maior parte da produção de energia das duas empresas a seus vizinhos por preços considerados menores em relação aos praticados no mercado, segundo estabelecem os acordos bilaterais.
Franco, que assumiu a presidência do Paraguai em junho após a destituição de Fernando Lugo, disse que o Paraguai tem 85% do faturamento de energia baseado nas hidrelétricas, mas consome somente 15% porque a maior parte é utilizada por seus vizinhos.
"Devemos procurar trazer nossa energia de Itaipu e Yacyretá, criar indústrias para que haja trabalho para nossa gente (...) e para isso a única alternativa é criar condições de segurança para poder industrializar o país", disse.
No entanto, Franco não citou que o governo deposto de Lugo conseguiu triplicar o montante do valor pago pelo Brasil pela eletricidade e um acordo para a construção de uma linha de transmissão de 500 quilovolts entre Itaipu e Assunção, para que o país utilize mais da energia que lhe cabe na usina.
Franco disse que este último projeto possibilitará a instalação de um maior número de indústrias, que igualmente deverão ser encorajadas por um preço mais conveniente de energia.
Pouco depois de assumir, o governo de Franco iniciou negociações com a multinacional Rio Tinto Alcan para a instalação de una fábrica de alumínio, que foram paradas por divergências sobre o preço da energia elétrica que seria fixada.
"Estamos castigando o setor que mais produz e como consequência brilha em toda São Paulo, Buenos Aires, e nós temos que andar no escuro no Paraguai. Não tem sentido isso, temos que mudar", disse Franco.
Argentina e Brasil são os maiores integrantes do Mercosul. O órgão suspendeu o Paraguai do grupo diante da destituição de Lugo, por considerar que houve uma quebra do sistema democrático no país.
*GilsonSampaio

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