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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, agosto 03, 2012

Jose Serra, o eterno perdedor, perde mais uma!

 

Em nome da liberdade, arquivada ação tucana contra blogs

O procurador regional da República adjunto José Jairo Gomes determinou na quarta-feira (1º) o arquivamento de ação movida pelo PSDB, cujo objetivo era impedir publicidade oficial em sites e blogs que não se alinham política e ideologicamente com os tucanos.


Na blogosfera, a ação foi entendida como uma tentativa de censura promovida a mando de José Serra, candidato do partido à prefeitura de São Paulo.

Entre os alvos da ação estavam o site Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, e o Advivo, do também jornalista Luis Nassif. Segundo os tucanos, esses e outros veículos estariam recebendo verbas do governo (via publicidade) para enaltecer o PT e depreciar o PSDB e seus candidatos.

Ao negar o pedido, o procurador argumentou que a acusação carecia de provas ou de elementos que pudessem levar a uma investigação. Também enfatizou garantias constitucionais como liberdade de imprensa, liberdade de expressão e liberdade de manifestação.

“Inicialmente, observa-se que a representação encontra-se embasada exclusivamente na descrição de notícias veiculadas em jornais e revistas. Sequer se fez acompanhar de cópia das citadas notícias ou mesmo de informações completas de suas fontes. O parco embasamento da peça inviabiliza a verificação do verdadeiro conteúdo ou da veiculação das referidas notícias”, diz um trecho do parecer.

Os tucanos haviam juntado ao pedido matérias da revista Veja e dos jornais O Globo e Folha de S. Paulo, nas quais esses veículos insinuam ou afirmam que os blogueiros estariam sendo beneficiados irregularmente. Mas o promotor não entendeu assim.

“Com efeito, sob a luz das normas restritivas do Eleitoral, as notícias da Revista Veja e dos jornais O Globo e Folha de São Paulo não trazem nada de relevante do ponto de vista jurídico”, diz ele.

Um textos juntados à representação – publicado em O Globo – trata da fala do ex-ministro José Dirceu durante um ato da União Nacional dos Estudantes (UNE), em que ele conclama organizações estudantis a defenderem os réus do chamado “mensalão” contra as manipulações e pré-condenações da mídia.

O procurador não vê crime no pedido de Dirceu. “(...) Mesmo que o seu pedido fosse atendido e estudantes ou filiados a UNE ou União dos Estudantes Socialistas viessem às ruas em sua defesa, ainda assim seria difícil concluir-se pela prática de algum ilícito. Isso porque estariam exercendo direito fundamental de expressão e opinião”, afirma.

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