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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, agosto 15, 2012

Novas concessões para operar infraestrutura chegam em boa hora

O país precisa realmente de investimentos, sua logística esta sobrecarregada e o Plano Nacional de Logística: Rodovias e Ferrovias não podia e não devia mesmo atrasar. A hora é agora. Até porque continuamos a crescer e precisamos, além de logística muito melhor e de custos menores para competir num mundo cada vez mais difícil, onde vigoram juros negativos, câmbios administrados, protecionismo e a demanda está em queda.
Este Plano Nacional de Logística: Rodovias e Ferrovias, prova mais uma vez que o governo está atento, agindo e criando as condições para uma retomada já em 2013 do crescimento acima de 4% e em condições melhores. Tudo é feito nesse sentido de alcançarmos, a partir do ano que vem, índices de aumento do PIB maiores que os perseguidos pelo governo este ano (por volta dos 3%), mas que algumas áreas oficiais, o mercado, e organismos internacionais prevêem que ficará em pouco mais de 2%.
Agora, preparemo-nos para as costumeiras manipulações da oposição, que virá aí com sua velha cantilena de sempre de que os governos do PT criticam, mas fazem as mesmas privatizações feitas nos governos deles naqueles oito anos de FHC (1995-2002).

Plano não tem nada a ver com privatização nem com privataria

Percebem que o jogo, a manipulação e o estabelecimento da confusão é interessante para eles? Porque se envergonham e de quatro em quatro anos, a cada campanha presidencial, sequer assumem que privatizaram e tremem de medo de tratar do assunto...
Mas, as concessões lançadas hoje e as feitas nos dois governos Lula (2003-2010) não tem nada a ver com privatização e muito menos privataria, com aquela promovida pelos governos do PSDB. Até porque, dentre várias outras, há uma diferença fundamental.
Estas concessões dos governos do PT não vendem patrimônio. Ao contrário da privatização dos tucanos, pela qual entregavam o patrimônio nacional na bacia das almas, as concessões de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e demais do PT não são venda, são concessões - insisto - ao término das quais (25 ou 30 anos) são renovadas ou o patrimônio volta à União.

Onde estão o DNIT e a ANTT?

Agora, mesmo com o lançamento do plano hoje, nem tudo é festa. É da maior gravidade a denúncia trazida pela Folha de S.Paulo: o último grande pacote de concessões de rodovias, licitado em 2007 e contratos assinados em 2008 para investimentos de R$ 945 milhões (R$ 1,2 bilhão em valores atualizados) em 270 km de obras de duplicação e construção de estradas teve até agora pouco mais de 10% cumprido.
Pelo levantamento do jornal, essas obras deveriam estar concluídas até o início de 2013, mas nenhuma ficará pronta no prazo. Até fevereiro pp., apenas pouco mais de R$ 100 milhões haviam sido gastos nos projetos.
Onde estão o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que não acompanharam, não viram, não cobram, estabelecem multas, punem e resolvem isto? Há algo de muito errado em tudo isso...
 

Brasil vai saldar dívida de décadas de atraso em investimentos em logística, afirma Dilma

 

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