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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, agosto 13, 2012

Perillo, Roberto Civita e Policarpo Júnior podem parar no banco dos réus da CPI

 

A próxima reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira, marcada para esta terça-feira, deverá analisar mais de 200 requerimentos em pauta. Entre eles, está o do senador Fernando Collor (PTB-AL), que pede as convocações do jornalista da revista Veja Policarpo Júnior, e do presidente da Editora Abril, Roberto Civita. Demais pedidos protocolados pelos parlamentares pedem também o depoimentos dos governadores de Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Além dos requerimentos, os integrantes da CPI deverão tratar de temas polêmicos no próximo encontro. A possível criação de sub-relatorias e a mudança do rito diante do silêncio de convocados são dois assuntos que já renderam longos debates e que voltarão à tona na próxima semana. As informações são da Agência Senado.

A pressão pela divisão dos trabalhos em sub-relatorias vem aumentando a cada encontro. O senador Pedro Taques (PDT-MT), por exemplo, já se levantou em defesa de uma votação sobre o tema. "Isso não pode ser uma palavra suprema do relator. Precisa ser decidido pelo colegiado e, de forma democrática, colhem-se os votos favoráveis e contrários", argumentou.

Para o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), a criação das sub-relatorias é necessária principalmente devido ao grande volume de informações manipuladas pelos parlamentares. "Há sobrecarga de trabalho, e estamos informando, em respeito ao relator, que ele indique os sub-relatores, para que haja racionalidade nas nossas atividades" defendeu.

Diante das manifestações, o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), assumiu o compromisso de avaliar o assunto na próxima terça-feira: "Nós haveremos de discutir, de forma colegiada, como tem sido a tônica desta CPI em todos os seus momentos, sem arredar o pé um milímetro que seja, na reunião do próximo dia 14", enfatizou.

Requerimentos
Até a manhã desta sexta-feira, 269 requerimentos haviam sido protocolados na secretaria da CPI. Entre eles, dois são do senador Fernando Collor (PTB-AL): o primeiro convida o juiz Alderico Rocha Santos para que possa esclarecer as denúncias de chantagem que teria recebido da mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça; o outro pede as convocações do jornalista da revista Veja Policarpo Júnior, do presidente da Editora Abril, Roberto Civita, e do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Um requerimentos do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) pede a reconvocação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). O pedido é baseado na denúncia de que o político teria recebido propina para liberar pagamentos do governo do Estado à empreiteira Delta. Outro pedido será votado para convocar o ex-governador goiano Iris Rezende.

Em demais requerimentos, parlamentares pedem a convocação dos seguintes governadores: do Tocantins, Siqueira Campos (PSDB); do Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB); e do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB).
*osamigosdopresidentelula

2 comentários:

  1. Excelente blog, rico em contéudo!

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  2. Obrigado por sua participação esteja à vontade sempre, sua contribuição é muito importante. Namastê

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