Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, novembro 14, 2012

Cultura: Lançamento Quem Tem Medo de Hugo Chávez #NossaGente


CONVITE
A Editora Aquariana tem a honra de convidá-lo para a primeira noite de autógrafos do livro Quem Tem Medo de Hugo Chávez,
do blogueiro FC Leite Filho, com prefácio do jornalista Beto Almeida, a realizar-se em Brasília, no Restaurante Carpe Diem, da 104 Sul,
dia 28 de novembro de 2012, quarta-feira, a partir das 19 horas.
Atenciosamente, pela Aquariana
JC Venâncio


Polêmico, amado ou execrado, mas dominando os acontecimentos na América Latina há 14 anos, ao longo dos quais comandou 16 eleições democráticas em seu país, o presidente da Venezuela é visto aqui a partir do protagonismo que revirou pelo avesso as antigas relações entre os países vizinhos e a situação política em cada país do continente. Por causa do câncer que o obrigou a fazer três delicadas cirurgias, Hugo Chávez permaneceu, em diferentes intervalos, 250 dias em Cuba. Em outra época, o presidente dificilmente resistiria a um golpe de Estado. 

Como o coronel paraquedista construiu sua blindagem democrática para manter-se no poder há 14 anos é um dos temas centrais do livro “Quem tem medo de Hugo Chávez?”, pela Editora Aquariana, de São Paulo, que estará nas principais livrarias a partir da segunda quinzena de novembro.

De autoria do blogueiro FC Leite Filho, que já atuou como jornalista nos principais jornais do país e escreveu El Caudillo – Perfil Biográfico de Leonel Brizola, também pela Aquariana, e com prefácio do jornalista Beto Almeida, o livro, que já aborda a última reeleição de Chávez, de sete de outubro último, ainda faz um levantamento da relação especial com Cuba, que ele considera essencial, não apenas para a segurança venezuelana e latino-americana, como também para a popularização das políticas públicas, sobretudo as vinculadas à educação e à assistência médica universal à população.

Clique aqui para um capítulo, fotos, vídeos e mais informações sobre o livro no hot site

O livro, porém, não consiste em mais uma das 300 biografias já escritas sobre o presidente bolivariano. É antes uma mirada sobre os ventos renovadores que, desde 1999, varreram o analfabetismo, distribuíram laptops nas escolas públicas e dignificaram os salários em países latino-americanos como o Brasil, Argentina, Equador, Bolívia. 

Diante de uma Europa que se afunda nos 25% de desemprego da Espanha – contra a média de 7% no Brasil, Argentina e Venezuela -, e uma Suécia e uma Inglaterra, antes exemplos de democracia, que pressionam para entregar Julian Assange aos Estados Unidos, onde enfrentaria a pena de morte, é no Equador, que o diretor do Wikileaks encontra asilo para defender seus direitos humanos e ideais de uma comunicação transparente. Aqui, também, o leitor vai se informar de como esses países se blindaram contra a crise mundial e seus seguidos espasmos que até hoje agrilhoam indistintamente europeus e estadunidenses, enquanto o FMI, não mais nosso verdugo, enfia goela abaixo seus remédios amargos à Grécia, Espanha, Portugal e até a antes gaulilsta e gloriosa França.

Perfil do autor

Jornalista e blogueiro independente, Francisco das Chagas Leite Filho (Sobral-Ce, 1947, e baseado em Brasília a partir de 1968) dedicou-se ao estudo de líderes transformadores que se focaram na educação e na soberania para vencer o atraso e afirmar-se neste novo mundo pluripolar. Desde Leonel Brizola, a quem dedicou seus dois primeiros livros, o autor agora se desdobra para explicar o fenômeno Hugo Chávez, de quem estudou quase 500 discursos, e a arrancada que ele deu para, junto com Lula, Dilma, Cristina, Rafael, Daniel Ortega, Mel Zelaya, Fernando Lugo e Evo Morales, efetivar a integração latino-americana. 



Nas principais livrarias do país, a partir de 15/11/2012
Tamanho: 280 páginas
Preço: R$ 45,00
Pedidos também podem ser feitos diretamente no site da

Nenhum comentário:

Postar um comentário