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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, novembro 15, 2012

O Princípio da Grande Igualdade

Publicado por Beckhauser 
"O principal instrumento de governo é O Bom Exemplo; por isso O Político deve ser uma eminência de comportamento exemplar, mediante o qual - por prestigiosa imitação - a conduta correta se derramará sobre o povo. 

O Político há de reduzir o luxo da côrte e procurar uma ampla distribuição da riqueza, pois a concentração de riqueza é uma forma de dividir o povo e compartilhá-la com o povo é um modo de mantê-lo unido. 


O Político há de diminuir as punições e aumentar o grau de instrução do povo, pois havendo instrução não haverá distinção de classes. 


É da pobreza e da ignorância que provém o crime e a desordem. 


Punir pessoas por crimes cometidos como resultado da falta de oportunidades é uma armadilha pusilânime preparada para o povo. 


O Político é responsável pelo bem-estar de seu povo. 


Boas maneiras, também, devem ser sua preocupação, pois quando as boas maneiras decaem a nação decai com elas. 


O Político virtuoso é observado e o povo o reverencia. 


Quando fala, o povo nele acredita. Ele age e o povo se satisfaz com suas atitudes. 


O Político promove a riqueza desprezando o desperdício e não desejando mantê-la como gratificação a si mesmo. 


Desse modo, não haverá ladrões, gatunos e traidores, e portas e janelas permanecem abertas e não serão fechadas. 


Este é o Princípio da Grande Igualdade" 


Confúcio 

551- 478 a.C


do blog do Jader Resende

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