Balanço anual do macro: estamos indo de mal a pior
A
realidade mundial é complexa. É impossível fazer um balanço unitário.
Tentarei fazer um atinente à macro realidade e outro à micro. Se
considerarmos a forma como os donos do poder estão enfrentando a crise
sistêmica de nosso tipo de civilização, organizada na exploração
ilimitada da natureza, na acumulação também ilimitada e na consequente
criação de uma dupla injustiça: a social com as perversas desigualdades
em nível mundial e a ecológica com a desestruturação da rede da vida que
garante a nossa subsistência e se, ainda tomarmos como ponto de
aferição, a COP 18 realizada neste final de ano em Doha no Qatar sobre o
aquecimento global, podemos, sem exagero dizer: estamos indo de mal a
pior. A seguir este caminho encontraremos lá na frente, e não demorará
muito, um "abismo ecológico”.
Até agora não se tomaram as medidas necessárias para mudar o curso das coisas. A economia especulativa continua a florescer, os mercados cada vez mais competitivos –o que equivale dizer – cada vez menos regulados e o alarme ecológico corporificado no aquecimento global posto praticamente de lado. Em Doha só faltou dar a extrema-unção ao Tratado de Kyoto. E por ironia se diz na primeira página do documento final que nada resolveu, pois protelou tudo para 2015: "a mudança climática representa uma ameaça urgente e potencialmente irreversível para as sociedades humanas e para o planeta e esse problema precisa ser urgentemente enfrentado por todos os países”. E não está sendo enfrentado. Como nos tempos de Noé, continuamos a comer, a beber e a arrumar as mesas do Titanic afundando, ouvindo ainda música. A Casa está pegando fogo e mentimos aos outros que não é nada.
Até agora não se tomaram as medidas necessárias para mudar o curso das coisas. A economia especulativa continua a florescer, os mercados cada vez mais competitivos –o que equivale dizer – cada vez menos regulados e o alarme ecológico corporificado no aquecimento global posto praticamente de lado. Em Doha só faltou dar a extrema-unção ao Tratado de Kyoto. E por ironia se diz na primeira página do documento final que nada resolveu, pois protelou tudo para 2015: "a mudança climática representa uma ameaça urgente e potencialmente irreversível para as sociedades humanas e para o planeta e esse problema precisa ser urgentemente enfrentado por todos os países”. E não está sendo enfrentado. Como nos tempos de Noé, continuamos a comer, a beber e a arrumar as mesas do Titanic afundando, ouvindo ainda música. A Casa está pegando fogo e mentimos aos outros que não é nada.
*Observadoressociais
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