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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, janeiro 06, 2013


Cameron diz que Reino Unido estaria disposto a lutar por Malvinas


O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou neste domingo que o Reino Unido estaria disposto a lutar, se fosse necessário, para conservar as Ilhas Malvinas, um arquipélago do Atlântico Sul cuja soberania é reivindicada pela Argentina.
"Nossa determinação é extremamente forte", disse Cameron ao canal de televisão BBC1, e lembrou que o Reino Unido possui um dos "cinco orçamentos de defesa mais importantes do mundo".
Ao ser perguntado se o Reino Unido lutaria para conservar as Ilhas Malvinas, Cameron respondeu: "É claro que sim, e temos grandes meios de defesa, é absolutamente primordial que tenhamos aviões de caça e tropas mobilizados nas Ilhas Falklands", a denominação britânica das Malvinas.

Argentinos e ingleses lembram 30 anos da Guerra das Malvinas

Foto 11 de 17 - A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, segura placa com o mapa das Malvinas (ou Falklands, para os britânicos) nesta segunda-feira (2), em Ushuaia. Ela participa de cerimônias pelos 30 anos do começo da guerra contra a Inglaterra - o Reino Unido controla as Malvinas desde 1833, mas a Argentina afirma que o território pertencia à Espanha, e que foi herdado pelo país sul-americano com a sua independência Mais Leo La Valle/EFE
O governo argentino costuma reivindicar a soberania das Malvinas no dia 3 de janeiro de todos os anos, o aniversário do desembarque das tropas britânicas no arquipélago em 1833. 
A disputa entre os dois países levou em 1982 a uma guerra de 74 dias que deixou 649 argentinos e 255 britânicos mortos, mas desde então a Argentina direciona suas reivindicações pela via diplomática.
O 30º aniversário do conflito, em 2012, foi marcado por uma escalada verbal entre Buenos Aires e Londres, com denúncias por parte da Argentina sobre uma militarização britânica da zona e sobre a exploração de possíveis recursos petroleiros, um dos pontos de disputa.
Na quinta-feira, a presidente argentina, Cristina Kirchner, publicou uma carta aberta na imprensa britânica na qual exigiu do primeiro-ministro David Cameron a devolução das disputadas ilhas e acusou o Reino Unido de colonialismo.
Cameron minimizou imediatamente a carta e afirmou que os moradores das Malvinas terão em breve a chance de decidir se desejam ou não permanecer sob a soberania do Reino Unido, em um referendo previsto para o início de março.

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