Ex-agente uruguaio revela: João Goulart foi envenenado. Direita quer que pensemos que a absoluta falta de escrúpulos do governo dos EUA e das elites latino-americanas não passa de paranoia de teorias da conspiração
por Paulo Jonas de Lima Piva
O governo dos EUA e as elites latino-americanas (incluindo aqui as
oligarquias midiáticas e as cúpulas clericais das sucursais do Vaticano
no continente) são capazes de tudo quando a sua hegemonia política e os
seus privilégios econômicos são ameaçados por forças democráticas e
populares. A história mais recente da América Latina é testemunha
veemente que esses setores são desprovidos de quaisquer escrúpulos
quando seus interesses estão em jogo. Para o imperialismo
norte-americano em particular vale tudo: arquitetar golpes de Estado,
financiar e dar apoio logístico a ditaduras militares sanguinárias,
desenvolver tecnologias de tortura, intervir militarmente em países que
não se submetem ao seu jugo, sabotar economias de países que tentam se
desenvolver de maneira independente, manipular os grandes meios de
comunicação para derrubar governos progressistas e destruir reputações
de políticos honestos, chantagear governos e parlamentos, promover
atentados terroristas, tentar assassinar líderes políticos que não
aceitam ser sua marionetes.
Ou seja, a barbárie e o cinismo são as práticas políticas efetivas do governo dos EUA, por intermédio da sua CIA, nos bastidores dos acontecimentos históricos da América Latina. O curioso é que, no plano ideológico, a direita quer que pensemos que tais violências e aberrações políticas cometidas por uma superpotência e seus servos locais não passariam de risíveis paranoias de teorias da conspiração, possíveis só em filmes de Hollywood. Imaginar que o câncer de Lula, de Chávez, de Fernando Lugo e de Dilma teria sido uma obra sub-reptícia da CIA, que a morte num estranho acidente automobilístico do ex-presidente Juscelino Kubitschek, um democrata, por uma "Operação Condor", tudo não passaria de um delírio. O fato é que foram centenas os atentados da CIA contra Fidel Castro; é fato também que em 2002 Chávez foi vítima de uma tentativa de golpe de Estado planejado na embaixada norte-americana em Caracas, bem como que o nome do presidente equatoriano Rafael Correa está na lista de futuros assassinatos da mesma CIA de sempre. Não foi à toa que Chávez foi se tratar em Cuba, país, pelo menos em tese, livre das garras da imperialismo do Tio Sam.
Ou seja, a barbárie e o cinismo são as práticas políticas efetivas do governo dos EUA, por intermédio da sua CIA, nos bastidores dos acontecimentos históricos da América Latina. O curioso é que, no plano ideológico, a direita quer que pensemos que tais violências e aberrações políticas cometidas por uma superpotência e seus servos locais não passariam de risíveis paranoias de teorias da conspiração, possíveis só em filmes de Hollywood. Imaginar que o câncer de Lula, de Chávez, de Fernando Lugo e de Dilma teria sido uma obra sub-reptícia da CIA, que a morte num estranho acidente automobilístico do ex-presidente Juscelino Kubitschek, um democrata, por uma "Operação Condor", tudo não passaria de um delírio. O fato é que foram centenas os atentados da CIA contra Fidel Castro; é fato também que em 2002 Chávez foi vítima de uma tentativa de golpe de Estado planejado na embaixada norte-americana em Caracas, bem como que o nome do presidente equatoriano Rafael Correa está na lista de futuros assassinatos da mesma CIA de sempre. Não foi à toa que Chávez foi se tratar em Cuba, país, pelo menos em tese, livre das garras da imperialismo do Tio Sam.
A propósito, em outubro último, o ex-agente do serviço secreto uruguaio,
Mario Neira Barreto, revelou que o ex-presidente brasileiro João
Goulart foi envenenado a mando a ditadura brasileira, com conhecimento e
val do então presidente Ernesto Geisel. Não é segredo para ninguém que a
sanguinária ditadura militar brasileira teve total apoio e orientação
do governo dos EUA. Na época da sua morte, 1976, João Goulart articulava
um movimento para a redemocratização do Brasil e era umas das figuras
mais populares e influentes da oposição aos militares.
Não sejamos ingênuos.
Não sejamos ingênuos.
*Opensadordaaldeia
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