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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, janeiro 12, 2013

  Malvinas


 
A companhia britânica Rockhopper Exploration, que descobriu jazidas de petróleo nas Ilhas Malvinas em 2010, anunciou que planeja construir ao menos quatro poços de extração na região norte do arquipélago até 2014.
Em uma apresentação na Bolsa de Valores de Londres, a empresa anunciou quatro projetos de exploração de hidrocarbonetos nas Ilhas Malvinas, localizada no Atlântico Sul. Os projetos foram identificados como Chatham G, S2, Zebedee e George 1.
A Rockhopper, cujos principais acionistas são a Odey Asset Management (com 8,1% de ações), UBS Investment Bank (6,2%), Ignis Investment Services (5,1%), Royal London Asset Management (5%) e Credit Suisse (5%), confirmou que iniciará os projetos de exploração junto com a petrolífera britânica Premier Oil, após um acordo de US$ 1 bilhão. O acordo prevê a entrega de 60% da produção das jazidas para a Premier Oil.
De acordo com o anúncio, o campo Sea Lion conteria por volta de 300 milhões de barris de petróleo bruto, o que implica em valores atuais a US$ 30 bilhões.
O chefe executivo da empresa, Sam Moody, assegurou que a Rockhopper Exploration está "completamente fundada" para extrair petróleo e para um novo programa de exploração a ser desenvolvido em 2014.
As primeiras extrações começarão no terceiro trimestre de 2017 e alcançarão em 2019 a retirada de 30 mil barris de petróleo bruto por dia, planeja a empresa. 
ANSA
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Reino Unido reforzará militarización de las Malvinas con 150 nuevas tropas



Tropas inglesas arribarán a Malvinas en las próximas dos semanas
 Medios británicos confirmaron que soldados del Segundo Batallón Mercian volarán a las Malvinas para participar en patrullas diarias durante un período inicial de dos meses y entrenarse en el uso de armas pesadas y livianas.
El Reino Unido anunció este jueves que tiene previsto enviar al menos 150 tropas militares a las islas Malvinas, con el argumento de “protegerlas de supuestas amenazas por parte de Argentina”, en medio de una férrea disputa diplomática entre Londres y Buenos Aires por la soberanía de este archipiélago ubicado en el Atlántico Sur.
Medios británicos confirmaron que los soldados del Segundo Batallón Mercian volarán a las Malvinas para participar en patrullas diarias durante un período inicial de dos meses y entrenarse en el uso de armas pesadas y livianas.
"Aunque un pequeño número de soldados ya ha arribado a las Islas, la mayoría de las tropas hará el viaje de 18 horas en avión al Atlántico Sur en las próximas dos semanas", agregó el matutino inglés Nottingham Post.
Según el rotativo, los soldados trabajarán junto a miembros de otras unidades del Ejército británico, como también de la Royal Air Force (Fuerza Aérea Real) y de la Royal Navy (Marina Real), que ya están estacionados en las Malvinas.
Esta decisión de Londres se produce luego de las más recientes declaraciones del primer ministro británico, David Cameron, quien afirmó que su Gobierno tiene una “determinación extremadamente fuerte” en cuanto a la zona disputada y que “luchará” por su conservación.
Asimismo, Cameron le recordó a Argentina que Londres cuenta con jets de guerra y tropas desplegadas en Malvinas para defender ese territorio de una eventual "invasión".
Al ser consultado si su Gobierno iría a la guerra contra Argentina para “defender” nuevamente las Malvinas, Cameron respondió: "Por supuesto que lo haríamos y contamos con fuertes defensas” y uno de los cinco presupuestos militares más grandes en el mundo.
El Canciller argentino, Héctor Timerman, tras calificar de agresivas y violentas las amenazas bélicas lanzadas por Londres, exigió, en nombre de su país, la salida de las tropas y aviones de guerra británicos de las islas Malvinas.
"La agresividad de las palabras del Primer Ministro británico ratifican la denuncia realizada por Argentina ante las Naciones Unidas, sobre la militarización del Atlántico Sur y la posible presencia de armas nucleares introducidas por la potencia colonial", precisó.
Anteriormente, Gran Bretaña ha enviado submarinos nucleares y buques de guerra a este archipiélago, provocando, no sólo las críticas de Argentina, sino también de la mayoría de los países latinoamericanos.
Timerman agregó que "los argentinos solicitamos que el señor David Cameron no utilice los legítimos y pacíficos reclamos que realizamos, contra la usurpación de parte de nuestro territorio y en contra del colonialismo, como excusa para seguir sosteniendo la industria armamentista en lugar de paliar la severa crisis social por la que atraviesa Europa".
Argentina ha pedido en reiteradas ocasiones al Gobierno británico sentarse a la mesa de negociaciones para resolver la disputa de soberanía, pero Londres se ha negado a discutir el asunto.
Desde 1833, el Reino Unido ocupa las islas Malvinas, situadas a 250 leguas marítimas de las costas argentinas. En 1982, en un conflicto militar entre ambos países, dejó como saldo 649 argentinos y 255 británicos muertos.
teleSUR
*comtextolivre

Por que a reivindicação da Argentina sobre as Malvinas é legítima

Na maior parte do tempo, as autoridades britânicas reconhecem a relativa fraqueza da sua posição
Veteranos das Malvinas ateiam fogo a bandeiras do Reino Unido
Em novembro de 1968, viajei para as Malvinas com um grupo de diplomatas no que foi a primeira e última tentativa da Grã-Bretanha de tentar um acordo sobre as ilhas. Mr. Chalfont, então no gabinete das Relações Exteriores, foi o líder da expedição. Ele teve a árdua tarefa de tentar convencer os 2 mil habitantes da ilha de que o império britânico podia não durar para sempre – e que eles deveriam ter a noção de que seria melhor ser amigável com o seu vizinho próximo, a Argentina, que há muito tempo reivindicava as ilhas. Este foi o momento em que a Grã-Bretanha estava abandonando a sua política “a leste de Suez” por razões financeiras, e pensando em formas de liquidação dos resíduos do seu império.
Nós já tínhamos deportado à força os habitantes de Diego Garcia, em 1967, sem muita publicidade hostil, e os estabelecemos nas ilhas Maurício e Seychelles, entregando suas ilhas para os norte-americanos construírem uma base aérea gigante. As Falklands foram as próximas da lista. Talvez os ilhéus pudessem ter recebido dinheiro para criar fazendas de ovelhas na Nova Zelândia.
Em pouco mais de dez dias, visitamos cada fazenda nas duas ilhas principais. Nós fomos recebidos em todos os lugares com as mesmas mensagens: “Chalfont Go Home” e, às vezes, “Queremos continuar britânicos”.
Os ilhéus foram inflexíveis. Eles não queriam nada com a Argentina, e Chalfont deixou-os com a promessa de que nada aconteceria sem o seu consentimento. Quatorze anos depois, em 1982, a Grã-Bretanha e a Argentina estavam em guerra por causa das ilhas, e quase mil pessoas perderam suas vidas. As pessoas às vezes me perguntam por que os argentinos fazem tanto barulho sobre as ilhas que eles chamam de Malvinas. A resposta é simples. As Malvinas pertencem à Argentina. Só aconteceu de elas serem capturadas, ocupadas, povoadas e defendidas pela Grã-Bretanha. Porque a reivindicação da Argentina é perfeitamente válida, sua disputa com a Grã-Bretanha nunca terminará. Como grande parte da América Latina está agora nas mãos da esquerda nacionalista, o governo argentino vai desfrutar de crescente apoio retórico no continente. Todos os governos da Argentina vão continuar a reivindicar as Malvinas, assim como governos de Belgrado sempre reivindicarão Kosovo.
O cemitério de Darwin
As Falklands foram invadidas em janeiro de 1833, durante uma era de expansão colonial dramática. O capitão John Onslow, do HMS Clio, tinha instruções “para o exercício dos direitos de soberania” sobre as ilhas, e ele ordenou que o comandante argentino retirasse suas forças. Colonos da Argentina foram substituídos por outros da Grã-Bretanha e de outros países, especialmente Gibraltar. Grã-Bretanha e Argentina têm discordado sobre os erros e acertos da ocupação britânica, e, na maior parte do tempo, as autoridades britânicas têm conhecimento da relativa fraqueza da sua posição.
Um documento do Foreign Office de 1940 se chama “oferta feita pelo governo de Sua Majestade para reunificar as Ilhas Malvinas com a Argentina e concordar com um aluguel”. Apesar de o documento existir, ele foi embargado até 2015, embora possa haver outro em algum arquivo. Foi provavelmente uma oferta para o governo pró-alemão da Argentina na época, num momento difícil da guerra, embora talvez fosse um rascunho.
Documentos recentemente divulgados lembram que James Callaghan, quando secretário de Relações Exteriores em 1970, observou que “devemos ceder algum terreno e… estar preparados para discutir um acordo”. O secretário salientou que “há muitas maneiras da Argentina agir contra nós, incluindo a invasão das ilhas… e não estamos em posição de reforçar e defender as ilhas como um compromisso de longo prazo”.
Claro, algumas pessoas argumentam que a posse física da Grã-Bretanha das ilhas faz sua reivindicação superior à da Argentina. Alguns acreditam que a invasão argentina, em 1982, e sua posterior retirada, de alguma forma invalidam sua reivindicação original.
Ironicamente, os habitantes das ilhas Malvinas são resultado de um esquema de liquidação do século 19, não muito diferente da experiência da Argentina no mesmo século, que trouxe colonos da Itália, Alemanha, Inglaterra e País de Gales para plantar em terras de índios que haviam sido exterminados. O registro dos habitantes da ilha parece um pouco mais limpo, em comparação. No entanto, a reivindicação argentina ainda é legítima e nunca irá acabar. Em algum momento, a soberania terá de estar na agenda novamente, independentemente dos desejos dos habitantes. Idealmente, as Malvinas devem ser incluídas em uma ampla limpeza pós-colonial dos territórios ancestrais. Isso seria livrar a Grã-Bretanha de responsabilidade sobre a Irlanda do Norte (quase desaparecida), Gibraltar (em discussão), e Diego Garcia (dada aos americanos), e qualquer outro lugar de que alguém ainda se lembre.
Essa política pós-colonial deveria ter sido adotada há muitos anos, e poderia pelo menos ter sido considerada quando abandonamos Hong Kong na década de 1990. No entanto, a força do revival imperial de Tony Blair sempre ecoou na imprensa popular, e essa perspectiva parece tão longe quanto estava em 1982.
Leia mais: Paraíso perdido
Paulo Nogueira
No Diário do Centro do Mundo
 

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