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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, janeiro 06, 2013

QUE JUSTIÇA É ESTA?

Como se explica que José Genoíno que mora na mesma casa que comprou há 28 anos, pelo BNH, sem "economias" em bancos e sem dinheiro para pagar a multa aplicada pelo Supremo Tribunal Federal de R$ 468 mil, seja condenado pelo STF, sem provas, e vire bode expiatório da "casa grande", da classe mérdia, dos blogueiros sujos enquanto o Daniel Dantas, o Paulo Maluf, o jornalista Pimenta Neves, assassino confesso, o médico estuprador Roger Abdelmassih, que foi condenado a 278 anos por violentar 37 mulheres, passeiam suas culpas livres, leves e soltos.... O que dirá Gilmar Mendes, sobre seu habeas corpus que possibilitou a fuga dos criminosos e mandou soltar Dantas e Maluf? E o caso de soltura de Regivaldo Pereira Galvão, o "Taradão", liberto por decisão do STF. Que elementos jurídicos levaram o ministro Marco Aurélio Mello, a se decidir pela libertação do mandante do assassinato da Irmã Dorothy, no Pará? Marco Aurélio já havia feito coisa semelhante, ao libertar o ex-banqueiro Salvatore Cacciola, que ficou sete anos foragido, até ser preso em Mônaco, em 2007. Que justiça é esta, que mídias e que oposição são estas, que transformaram o "mensalão num julgamento político, no "crime do século", e alguns ministros do STF em atores de quinta categoria que se exibem, em cadeia nacional, na pantomima que se transformou esse tal julgamento do “mensalão” a ponto do Ministro Ricardo Lewandowski ser tratado como bandido e o Ministro Joaquim Barbosa como o herói da "capa preta"? E o que dizer do "mensalão tucano", também denominado mensalão mineiro e tucanoduto, que é o escândalo de peculato e lavagem de dinheiro acontecido no governo Fernando Henrique Cardoso que ocorreu na campanha para a eleição de Eduardo Azeredo, (PSDB-MG) um dos fundadores, e presidente do PSDB nacional, ao governo de Minas Gerais em 1998, e que resultou na sua denúncia pelo Procurador Geral da República ao STF, como "um dos principais mentores e principal beneficiário do esquema implantado", baseada no Inquérito n.o 2280 que a instrui, denunciando Azeredo por peculato e lavagem de dinheiro, anterior ao chamado "mensalão e que portanto deveria ter sido julgado antes? E de Marconi Perillo, Demóstenes Torres, Tourinho... E o que dizer do senador Álvaro Dias (PSDB PR) que "esqueceu" de declarar 6 milhões em 2006, (o patrimônio que Dias declarou à República, tão logo diplomado como senador, foi de R$1,9 milhão. Naquele mesmo ano, o senador não teria declarado aplicações no valor de R$ 6 milhões e, ao longo do período, ergueu cinco mansões na Capital Federal, avaliadas em R$16 milhões.) Às voltas com o súbito aparecimento de uma fortuna de R$16 milhões, em processo de pensão, o senador Álvaro Dias foi autuado pela Receita Federal por infração no Imposto de Renda e acumula oito processos... O sigilo fiscal impede de se conhecer os detalhes dos processos. E o que dizer de Cachoeira e Andressa Mendonça que se casam dão uma grande festa e sambam na nossa cara com a "cobertura" da mídia? Se não fosse trágico, seria o caso de gargalhar...
Na verdade a justiça brasileira vive sob uma plutocracia: quem manda são os ricos.
Olga Maria Luz

*Rubensleitef.

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