Há exatos quarenta anos, em 8 de janeiro de 1973, seis opositores da ditadura militar ligados à Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) foram mortos e jogados numa minúscula propriedade rural na mata de Paratibe, entre Abreu e Lima e Paulista (na imagem do Instituto de Polícia Técnica de Pernambuco). Na época, o Jornal do Commercio e o Diario de Pernambuco publicaram matérias exaltando a operação policial: seis terroristas reunidos num congresso clandestino mortos em tiroteio após resistirem à ordem de prisão das forças de segurança. O tiroteio nunca existiu. Presos em lugares diferentes, os militantes foram levados ao pequeno sítio, onde foi forjada a troca de tiros. Eles foram metralhados com 26 tiros, dos quais 14 nas cabeças - muitos deles à queima-roupa. O responsável pelas mortes, que em 1964 ficou nacionalmente conhecido por cabo Anselmo - mesmo nunca tendo chegado a cabo, sendo, na verdade, um marinheiro de primeira-classe - era companheiro de uma das mortas. Ele atuou como agente infiltrado em diversos grupos de esquerda, e estima, ele próprio, que até 200 pessoas possam ter morrido em decorrência de suas delações.
Que as mortes de Soledad Barrett, Jarbas Pereira Marques, Pauline Reichstul, Eudaldo Gomes, Evaldo Luiz Ferreira de Souza, e José Manoel da Silva sejam mais trabalho para a Comissão da Verdade Dom Helder Câmara.
*MariaFernanda A.Sch.
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