247 - O
presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, tentou sair da
defensiva. Em entrevista à jornalista Miriam Leitão, disse que não será
candidato à presidência da República em 2014, em razão do suposto
racismo de que seria vítima. Embora não tenha sido questionado sobre o
apartamento de R$ 1 milhão em Miami, comprado por meio de uma offshore,
ele falou sobre o tema e disse que teve sua privacidade invadida.
Na
mesma entrevista, ele ainda desferiu vários outros ataques e também
ameaçou iniciar processos judiciais contra seus detratores. Confira,
abaixo, os pontos principais:
Candidatura presidencial
Não.
Sou muito realista. Nunca pensei em me envolver em política. Não tenho
laços com qualquer partido político. São manifestações espontâneas da
população onde quer que eu vá. Pessoas que pedem para que eu me
candidate e isso tem se traduzido em percentual de alguma relevância em
pesquisas.
Descortesia com Dilma
Eu não só cumprimentei como conversei longamente com a presidente. Eu estava o tempo todo com ela.
Brasil estaria pronto para um presidente negro?
Não.
Porque acho que ainda há bolsões de intolerância muito fortes e não
declarados no Brasil. No momento em que um candidato negro se apresente,
esses bolsões se insurgirão de maneira violenta contra esse candidato.
Já há sinais disso na mídia. As investidas da “Folha de S.Paulo” contra
mim já são um sinal. A “Folha de S.Paulo” expôs meu filho, numa
entrevista de emprego. No domingo passado, houve uma violação brutal da
minha privacidade. O jornal se achou no direito de expor a compra de um
imóvel modesto nos Estados Unidos. Tirei dinheiro da minha conta
bancária, enviei o dinheiro por meios legais, previstos na legislação,
declarei a compra no Imposto de Renda. Não vejo a mesma exposição da
vida privada de pessoas altamente suspeitas da prática de crime.
Invasão de privacidade
Há
milhares de pessoas públicas no Brasil. No entanto os jornais não saem
por aí expondo a vida privada dessas pessoas públicas. Pegue os últimos
dez presidentes do Supremo Tribunal Federal e compare. É um erro achar
que um jornal pode tudo. Os jornais e jornalistas têm limites. São esses
limites que vêm sendo ultrapassados por força desse temor de que eu
eventualmente me torne candidato.
Gastos públicos
O
primeiro passo é gastar bem. Saber gastar bem. O Brasil gasta muito
mal. Quem conhece a máquina pública brasileira, sabe que há inúmeros
setores que podem ser racionalizados, podem ser diminuídos.
Recursos da Ação Penal 470
Dia primeiro de agosto eu vou anunciar a data precisa.
Eventuais prisões dos réus e críticas que recebe na internet
Estou
impedido de falar. Nos últimos meses, venho sendo objeto de ataques
também por parte de uma mídia subterrânea, inclusive blogs anônimos. Só
faço um alerta: a Constituição brasileira proíbe o anonimato, eu teria
meios de, no momento devido, através do Judiciário, identificar quem são
essas pessoas e quem as financia. Eu me permito o direito de aguardar o
momento oportuno para desmascarar esses bandidos.
O caso do jornalista Felipe Recondo, do Estado de S. Paulo, a quem acusou de chafurdar no lixo
É
um personagem menor, não vale a pena, mas quando disse isso eu tinha em
mente várias coisas que acho inaceitáveis. Por que eu vou levar a sério
o trabalho de um jornalista que se encontra num conflito de interesses
lá no Tribunal. Todos nós somos titulares de direitos, nenhum é de
direitos absolutos, inclusive os jornalistas. Afora isso tenho relações
fraternas, inúmeras com jornalistas.
Discriminação sofrida no Itamaraty
Passei
nas provas escritas, fui eliminado numa entrevista, algo que existia
para eliminar indesejados. Sim, fui discriminado, mas me prestaram um
favor. Todos os diplomatas gostariam de estar na posição que eu estou.
Todos.
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