Não são os jovens que devem partir em busca do Papa. Mas o Papa que deve ir atrás deles
Compreendo quando Leonardo Boff diz que Francisco pode representar a
ruptura na Igreja Católica que João Paulo II e Bento XVI tanto temiam.
Torço para que seja verdade.
Uma Igreja tolerante é menos nociva do que uma Igreja autoritária e repressiva.
Também reconheço que, num país onde 62% da população declaram-se
católicos, a presidenta da República faça o possível para encontrar
pontos de contato com o Papa e a fatia da população que ele representa.
O País tem muito a agradecer àquela parcela da Igreja que, nos tempos mais difíceis da ditadura, defendeu os fracos e indefesos.
Nada disso esconde, porém, um fato extremamente relevante. A atitude
decente e democrática diante da visita do Papa é o beijaço dos gays, o
protesto dos jovens, o clamor contra a repressão sexual e um sistema
dogmático que oprime seres humanos em nome de noções absolutistas que
trazem o preconceito, alimentam a violência e, com base na hipocrisia,
podem trazer o crime e até a morte.
Não são os jovens que devem partir em busca do Papa.
Mas o Papa que deve ir atrás deles.
Esta é a mensagem do futuro.
Quem não entendeu isso não entendeu nada – observação definitiva do
Iluminismo sobre a cena política contemporânea e seus críticos.
*comtextolivre
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