A
sociedade está cansada dos políticos tradicionais, dos políticos
profissionais. Nós temos parlamentares aí que estão há 30, 40 anos no
Congresso, ininterruptamente. E aqui ninguém jamais pensou em
estabelecer “term limit” (limitar o número de mandatos) – disse JB
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O que dizer de juízes que fizeram de tudo para alcançar o posto, que tem mandato prolongado (até
os 70 anos ou a morte. JB 21a, GM 23a, MA e CM 26a, Toffoli 28a), dos
que adoram um holofote, que não tem papas na língua, dos que baixam o
nível em total desrespeito, que auto-concedem aumentos salariais
abusivos (democrático?) , dos que declaram que a ditadura é um mal necessário, dos que param o Congresso em evidente interferência?
JB pretende também Legislar , não é suficiente a presidência do STF e ter 400.000 processos no aguardo ?
Ninguém jamais pensou em estabelecer “term limit” ?
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Reação Democrática
Ué… Não tem mais Joaquim na telinha do Plim Plim?
Nota da AMB/AJUFE/ANAMATRA sobre as declarações do Ministro Joaquim Barbosa
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação dos Juízes
Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação Nacional dos Magistrados da
Justiça do Trabalho (Anamatra), entidades de classe de âmbito nacional
da magistratura, a propósito de declarações do presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF) em entrevista a jornalistas estrangeiros, na qual
Sua Excelência faz ilações sobre a mentalidade dos magistrados
brasileiros, vêm a público manifestar-se nos seguintes termos:
1. Causa perplexidade aos juízes brasileiros a forma preconceituosa,
generalista, superficial e, sobretudo, desrespeitosa com que o ministro
Joaquim Barbosa enxerga os membros do Poder Judiciário brasileiro.
2. Partindo de percepções preconcebidas, o ministro Joaquim Barbosa
chega a conclusões que não se coadunam com a realidade vivida por
milhares de magistrados brasileiros, especialmente aqueles que têm
competência em matéria penal.
3. A comparação entre as carreiras da magistratura e do Ministério
Público, no que toca à “mentalidade”, é absolutamente incabível,
considerando-se que o Ministério Público é parte no processo penal,
encarregado da acusação, enquanto a magistratura – que não tem
compromisso com a acusação nem com a defesa – tem a missão
constitucional de ser imparcial, garantindo o processo penal justo.
4. A garantia do processo penal justo, pressuposto da atuação do
magistrado na seara penal, é fundamental para a democracia, estando
intimamente ligada à independência judicial, que o ministro Joaquim
Barbosa, como presidente do STF, deveria defender.
5. Se há impunidade no Brasil, isso decorre de causas mais complexas que
a reducionista ideia de um problema de “mentalidade” dos magistrados.
As distorções – que precisam ser corrigidas – decorrem, dentre outras
coisas, da ausência de estrutura adequada dos órgãos de investigação
policial; de uma legislação processual penal desatualizada, que permite
inúmeras possibilidades de recursos e impugnações, sem se falar no
sistema prisional, que é inadequado para as necessidades do país.
6. As entidades de classe da magistratura, lamentavelmente, não têm sido
ouvidas pelo presidente do STF. O seu isolacionismo, a parecer que
parte do pressuposto de ser o único detentor da verdade e do
conhecimento, denota prescindir do auxílio e da experiência de quem
vivencia as angústias e as vicissitudes dos aplicadores do direito no
Brasil.
7. A independência funcional da magistratura é corolário do Estado
Democrático de Direito, cabendo aos juízes, por imperativo
constitucional, motivar suas decisões de acordo com a convicção
livremente formada a partir das provas regularmente produzidas. Por
isso, não cabe a nenhum órgão administrativo, muito menos ao Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), a função de tutelar ou corrigir o pensamento e
a convicção dos magistrados brasileiros.
8. A violência simbólica das palavras do ministro Joaquim Barbosa acende
o aviso de alerta contra eventuais tentativas de se diminuírem a
liberdade e a independência da magistratura brasileira. A sociedade não
pode aceitar isso. Violar a independência da magistratura é violar a
democracia.
9. As entidades de classe não compactuam com o desvio de finalidade na
condução de processos judiciais e são favoráveis à punição dos
comportamentos ilícitos, quando devidamente provados dentro do devido
processo legal, com garantia do contraditório e da ampla defesa.
Todavia, não admitem que sejam lançadas dúvidas genéricas sobre a lisura
e a integridade dos magistrados brasileiros.
10. A Ajufe, a AMB e a Anamatra esperam do ministro Joaquim Barbosa
comportamento compatível com o alto cargo que ocupa, bem como tratamento
respeitoso aos magistrados brasileiros, qualquer que seja o grau de
jurisdição.
Brasília, 2 de março de 2013.
NELSON CALANDRA NINO OLIVEIRA TOLDO RENATO HENRY SANT’ANNA
Presidente da AMB Presidente da Ajufe Presidente da Anamatra
Presidente da AMB Presidente da Ajufe Presidente da Anamatra
* Blog Justiceira de Esquerda
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