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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, julho 22, 2013

Franklin Martins volta ao Planalto


Jornalista tem atuado como conselheiro do governo após onda de manifestações Ag. Brasil
Franklin Martins, ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo Lula, volta ao Palácio do Planalto. Embora não faça parte oficialmente do Executivo, defende um discurso mais político e menos ações de marketing. As críticas feitas à atuação do governo federal nas redes sociais são consideradas o motivo da volta do jornalista aos bastidores governo.
Segundo o Estado de Minas, um dos interlocutores palacianos informa que, primeiramente, Franklin Martins fez críticas à condução da imagem do governo em relação à insatisfação das ruas e avaliou que o lado positivo é que as manifestações tiraram o governo da zona de conforto. Ele reforçou que o povo precisava ser ouvido neste momento.
Fontes ouvidas pela reportagem afirmam que não existe nenhuma informação de que o jornalista integrará o governo. Martins é avaliado como um conselheiro que defende o posicionamento da gestão mais à esquerda.
Um governista avaliou, reservadamente, que João Santana, marqueteiro da presidente, tenta reforçar uma linha de ação em que a presidente sustente um discurso direcionado à “nova classe média”, que paga impostos, mas, não recebe serviços de qualidade. Santana também foi criticado por esquecer a comunicação na internet e utilizar somente a televisão. 
*comtextolivre

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