Na década de 60 passada o ex-presidente dos Estados Unidos Dwight
Eisenhower usou o termo Complexo Industrial-militar para denominar a
junção de grandes corporações capitalistas norte-americanas na produção
de máquinas de guerra tanto para fins de defesa dos interesses
imperiais, quanto no bilionário negócio internacional de armamentos.
De lá para cá o mundo sofreu colossais transformações incluindo a mais
importante em questões geopolíticas: o fim da União Soviética, o
surgimento da hegemonia unipolar global norte-americana e países
satélites.
As mudanças econômicas fruto da nova realidade mundial foram ainda mais
significativas com a emergência, sem a polarização do chamado campo
socialista ocidental, de uma nova etapa de expansão, concentração,
centralização do capital e sua face parasitária, do avanço em escala
planetária da doutrina neoliberal promovendo a divinização do mercado, a
implementação das políticas do Estado mínimo.
Nessa época o acadêmico neoliberal nipo-americano Francis Fukuyama,
ungido pela Inteligência dos EUA como guru transcendental, formulou a
tese que começaria a partir dali o fim da História, uma era repleta de
harmonia, paz, crescimento econômico.
Mas, ao contrário, o que estamos vivendo é uma crise estrutural do
capital global, uma quantidade de brutais conflitos regionais jamais
vista antes, promovidos pelo império contemporâneo.
Atualmente assumiu função destacada o Complexo Industrial de Segurança e
Informação dos EUA cujo principal vetor tem sido a ofensiva ideológica
contra as sociedades por via das empresas midiáticas globais
subalternas, como no Brasil, e pela rede mundial de computadores em meio
ao que se chama Guerra de Quarta Geração.
É exatamente aí que surge o ex-agente da CIA Edward Snowden ao denunciar
a espionagem dos cidadãos do mundo pelos EUA ponta do iceberg em uma
sofisticada parafernália cibernética de violações aos direitos civis,
agressões às estruturas das nações soberanas.
Da qual faz parte a política norte-americana de “balcanização dos
grandes Estados emergentes”. No Brasil ela está em curso de várias
maneiras inclusive através de movimentos, ONGs que pregam a
“relativização da nossa integridade territorial” sob o falso argumento
da existência de “várias nações dentro da nação”. Já o nosso desafio é a
luta pelo avanço, por um projeto nacional econômico, social,
estratégico, inadiável.
Eduardo Bomfim*Vermelho
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